O indicador que relaciona economia e sustentabilidade

Por Jorge Nogueira Rebolla
Do Vermelhos Não
Riqueza inclusiva ou invasiva  
Um novo indicador econômico foi criado. Os responsáveis são os "agentes" do ihdp. O international human dimensions programme on global environmental change é gerido pela unu - united nations university, o braço acadêmico das nações unidas. O ihdp tem-se em alta conta:
"Nós fornecemos a liderança internacional na formulação do desenvolvimento e integração..."
Estas lideranças internacionais estão planejando divulgar em abril o inclusive wealth report - iwr  para ser debatido na Rio + 20, será uma nova forma de analisar o crescimento dos países. Muito além do tradicionalPIB - Produto Interno Bruto. Será uma ferramenta para mensurar como interagem a economia e a sustentabilidade. Na conferência planet under pressure, um dos inúmeros encontros preparatórios para a conferência das nações unidas para o desenvolvimento sustentável, a popular Rio + 20, foram divulgados alguns dados preliminares. O Brasil foi um dos agraciados:
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Desempenho brasileiro entre 1990 e 2008
A linha em azul é o GDP per capita nos dezoitos anos pesquisados (GDP é o PIB). Que segundo este relatório não chegou a 40% de crescimento. A linha verde é o capital natural que reúne os recursos naturais, a terra e o "serviço ambiental", no mesmo período mostra uma queda de mais de 40%. A conclusão sobre o Brasil é que pagamos um alto preço ambiental para manter o crescimento econômico. No conceito de riqueza inclusiva ponderando o PIB, o capital humano, o industrial e o natural avançamos apenas 3%. A Índia nos fez companhia na première, 40% do BRICS. Atenção, um parceiro no iwr é o banco mundial.
Um dos líderes deste projeto, Anantha Duraiappah, diretor executivo da UNU-IHDP, disse:
"Um país pode esgotar completamente todos os seus recursos naturais, enquanto alavanca o crescimento positivo do PIB. Precisamos de um indicador que estima a riqueza das nações, naturais, humanos e industriais e, preferencialmente, até os componentes sociais e ecológicos de bem-estar humano."
Os países que já devastaram os recursos ou nunca os possuíram, mas através das conquistas territoriais usaram as riquezas que não eram suas, ficariam no atual estágio. Os que chegaram mais tarde terão a porta fechada na cara. Permanecerão na periferia. Este é mais um meio para impedir a nossa ascensão. A oposição ferrenha dos verdistas contra o Novo Código Florestal Brasileiro está inserida nesta falsa desculpa de salvação da Terra. É uma forma de pressão política e econômica, pintada de verde, para manter o status quo entre as nações.
O fato do banco mundial ser um dos sócios na elaboração deste relatório atiçou a minha curiosidade para ver qual foi o deflator utilizado no cálculo do PIB per capita. Segundo esta impoluta organização o brasileiro passou de US$ 3,087 em 1990 para US$ 8,628 em 2008. Melhor ainda será ver como chegaram aos 46% de redução do estoque brasileiro de recursos naturais, que reúne as florestas, os minerais e os combustíveis fósseis. Relembrem que isto, segundo eles, foi  no período de apenas 18 anos.
Pesquisei qual foi a repercussão até o momento. Da grande imprensa apenas o estadão (de indigência mental) falou algo. No blog do josé roberto de toledo, aquele que se diz vox publica pesquisas e ideias por trás dos números. Por mais estranho que possa parecer, o "especialista" não estranhou o valor absurdo atribuído para a redução das riquezas naturais e o ridículo para o crescimento do PIB. Nem que no ritmo citado estaremos totalmente exauridos... em 20 anos...
Mais uma falácia ambiental que será incorporada ao arsenal da agitação e propaganda.