sábado, 25 de fevereiro de 2012

 

Mundo árabe

Refugiados da Síria buscam tratamento médico no Líbano

Vítimas da repressão do regime ditatorial de Bashar Assad atravessam a fronteira, muitas vezes com ferimentos graves, para tentar sobreviver

Sírios que vivem no Líbano protestam contra Bashar Assad Sírios que vivem no Líbano protestam contra Bashar Assad (Jamal Saidi/Reuters)
Centenas de feridos, vítimas da repressão do regime sírio, chegam ao Líbano para buscar tratamento médico e, principalmente, fugir dos horrores causados pela repressão do regime de Bashar Assad na Síria.

Entre esses refugiados, dezesseis se encontram internados em um hospital da cidade de Trípoli, a segunda maior do Líbano, onde vários médicos se revezam para prestar atendimentos aos feridos vindos do país vizinho.

Relatos do massacre  -  Um dos feridos, que estava em Homs, cidade mais castigada pelos bombardeios de Assad, contou para a agência de notícias EFE que só foi salvo graças aos cuidados que recebeu da Cruz Vermelha libanesa. "Encontrava-me no salão da minha casa quando uma granada caiu na minha frente. Minutos depois, caiu outra. Não sei quem atirou. A única coisa que me lembro é que desmaiei e me puseram em um carro; depois soube que a Cruz Vermelha me trouxe a este hospital", lembra ele.

O refugiado, que preferiu não se identificar, contou sobre a grave situação em Homs. "Todos os civis estão fugindo. Ficam, sobretudo, os idosos e as pessoas que não tem para onde ir. Estão sem água, eletricidade e comida", relatou.

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Em outro quarto, estava um jovem de 20 anos com a perna ferida, provavelmente por uma granada. Apesar do tratamento médico, o paciente seguia correndo risco de vida, já que seu ferimento, ainda aberto, estava sujeito a infecções.
O jovem, que também pediu não ser identificado, explicou que um médico em Homs queria amputar sua perna. Porém, depois de passar por uma clinica clandestina, ele conseguiu ser encaminhado até o Líbano.

Dois dias de viagem - A viagem de um doente da Síria até o Líbano pode durar entre oito horas e dois dias, sendo que alguns já chegam praticamente desenganados pelos médicos. "A comunidade internacional deve intervir para pôr fim neste massacre. Também somos seres humanos", afirmou o jovem. O refugiado também relatou como os shabiha (milicianos do regime) destroem as casas e as caixas d'água dos comércios, além de deter e torturar as pessoas.

A maioria dos feridos que chegam ao norte do Líbano são jovens, mas também há mulheres, crianças e idosos. No entanto, o tratamento médico não é o único que é oferecido em Trípoli. Grupos voluntários também trabalham para tentar oferecer um apoio psicológico aos refugiados.

(Com agência EFE)

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