Como Veja livrou Carlinhos Cachoeira em 2004

Por José Carlos Lima
Incrível como os personagens que, por conta da Veja, vieram a público no longinquo  2004 continuaram em ação por vários anos. Como Carlinhoss Cachoeira foi derrubado, quem o substituirá junto à Veja. Duvido muito que a rede criminosa venha a ser desmontada, no máximo haverá um reordenamento de seu modus operandi, é o que dita a criminologia. E aguardemos os próximos capítulos neste e nos próximos anos. Por sinal neste domingo a  PF, em continuação à Operação Monte Carlo, realizou novas incursões nos redutos de Carlinhos Cachoeira, nos quais encontrou o esquema funcionando normalmente, 70 máquinas caça-niqueis foram apreendidas.
A Veja estreou no esquema do crime organizado em 2004, por ocasião da CPI da Loterj: Uma matéria falsa da revista livrou Carlinhos Cachoeira da cadeia ao transformá-lo de réu em "vítima de achaque". Velhos personagens, o mesmo modus oerandi de sempre: Olha o Molina ai gente,  aquele perito que, nas eleições de 2010 jurou de pés juntos que uma enorme pedra teria sido jogada contra a cabeça do Serra. Olha aí o Jairo, para a Veja, um dos tais "emissários", quando na verdade era um araponga mesmo.
Concordo com o Nassif quando diz que, se no Reino Unido uma situação muito menos grave, a associação de Murdoch com a polícia para espionar, levou à queda o magnata da comunicação, por aqui o Civita se associa ao crime organizado e fica por isso mesmo. Aliás, quem denunciou a farsa, no caso o Nassif,  levou vários processos nas costas, abertos por Civita. Num Judiciário isento, o Civita responderia não somente por litigância de má fé, por abarrotar a Justiça com pedidos sem pé nem cabeça, apenas para sangrar financeiramente seus desafetos, como responderia também por associação ao crime.
Observe no clipping abaixo, de 2004, que a matéria falsa da Veja foi reproduzida em vários veículos de comunicação, o que contribuiu para livrar Cachoeira da cadeia.
Acareação. O deputado Alessandro Molon (PT) já adiantou o que pedirá: 1) depoimento dos peritos que assinaram os diferentes laudos sobre a gravação da conversa de Calazans com um emissário de Carlinhos Cachoeira; 2) o do próprio emissário, conhecido como Jairo; 3) o de Cachoeira e; 4) o dos deputados federais André Luiz (sem partido) e bispo Rodrigues (PL), também envolvidos nas tentativas de extorsão durante a CPI da Loterj.
Agora, herói. O inusitado da história ficará por conta do depoimento de Carlinhos Cachoeira. Claro: de ex-réu com prisão pedida pela CPI da Loterj, se transformou em testemunha de acusação..—.Mauro Braga, Tribuna da Imprensa, 28/12
Comissão da Câmara vai requerer perícia em fitas
Uma perícia encomendada pela Câmara poderá determinar o futuro político do deputado André Luiz (PMDB-RJ), acusado de achacar o empresário do setor lotérico Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para livrá-lo do relatório final da CPI da Loterj, instalada na Assembléia Legislativa do Rio. Reunidos ontem em Brasília, os cinco deputados da comissão de sindicância aberta para apurar o caso decidiram pedir ao perito Ricardo Molina, da Unicamp, que analise as gravações divulgadas há duas semanas pela revista "Veja"..—.O Globo, 5/11
Cachoeira pede para não depor no Rio
O empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, representado por seus advogados, pediu ontem para não depor no Ministério Público do Rio porque estaria sendo ameaçado de morte, depois das reportagens publicadas nas últimas  duas semanas pela revista "Veja". Os advogados afirmaram que entregaram um pedido de proteção policial para o empresário, no Ministério da Justiça. Eles ainda aguardam resposta do ministério..—.Folha de S. Paulo, 5/11
Relatório da CPI da Loterj volta para a Assembléia
por Marcelo Auler. O velho ditado diz que a pressa é inimiga da perfeição. No caso da CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro que apurava irregularidades e corrupção na Loteria do Estado quando presidida por Waldomiro Diniz (fevereiro de 2001 a dezembro de 2002) a pressa causou a imperfeição que, por sua vez, gerou uma grande confusão. O relatório final da Comissão, que foi votado às pressas na terça-feira, dia 26 de outubro, três dias depois da denúncia da revista Veja de que o deputado federal André Luiz (PMDB-RJ) teria tentando extorquir o empresário de jogo e antigo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi devolvido à Assembléia pelo Ministério Público Estadual para que alguém pusesse ordem na papelada..—.Consultor Jurídico, 5/11
André Luiz ganha prazo para preparar a defesa
O deputado André Luiz (PMDB-RJ), que, segundo denúncia da revista "Veja", tentou extorquir R$ 4 milhões do bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ganhou mais uma semana - até a próxima quinta-feira - para apresentar sua defesa à comissão de sindicância da Câmara que investiga o caso. O prazo para deputado entregar sua defesa terminava ontem. A comissão também decidiu submeter à análise do perito Ricardo Molina as fitas com conversas gravadas em que André Luiz teria cobrado propina de um emissário de Cachoeira para que a CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) sobre a gestão de Waldomiro Diniz na Loteria do Rio de Janeiro (Loterj) não pedisse o indiciamento do bicheiro..—.O Jornal (AL), 5/11
Novo personagem detona mais um escândalo no “Caso Waldomiro”
Membros da CPI da Loterj, no Rio, tentam se "descolar" das denúncias contra o ex-deputado estadual, e hoje federal, André Luiz (PMDB), que teria pedido R$ 4 milhões ao bicheiro Carlinhos Cachoeira para minimizar as acusações contra ele no relatório da comissão. Em nota, reafirmaram que o texto pede a prisão preventiva de Cachoeira e de Waldomiro Diniz..—.Agência Carta Maior, 26/10