Acusação de plágio derruba presidente da Hungria

Por Assis Ribeiro
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Do iG

Presidente da Hungria renuncia após ser acusado de plágio

Pal Schmitt diz que escândalo divide o país e promete recorrer contra universidade que tirou seu título de doutor

O presidente da Hungria, Pal Schmitt, renunciou nesta segunda-feira após ser acusado de plágio em sua tese de doutorado, escrita há 20 anos. Diante do Parlamento, Schmitt disse que o escândalo está dividindo o país.
“Nessa situação em que um problema pessoal divide minha querida nação ao invés de uni-la, sinto-me obrigado a encerrar meus serviços e renunciar à presidência”, afirmou, sendo aplaudido pela oposição.
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Foto: AP
O presidente da Hungria, Pal Schmitt, anuncia sua renúncia diante do Parlamento em Budapeste 
O escândalo veio à tona em janeiro, após a revista HVG divulgar que grande parte da tese do presidente ter sido copiada de fontes diversas. Depois de averiguar as denúncias, na última quinta-feira a Universidade de Medicina Semmelweis de Budapeste decidiu cancelar o título de doutor de Schmitt, que tem 69 anos.
Ao anunciar sua renúncia, Schmitt criticou a comissão que decidiu tirar seu título e afirmou que a decisão foi tomada sem que ele pudesse se defender. Antes de finalizar, Schimitt ainda anunciou que vai recorrer da decisão e levar o caso aos tribunais.
Em comunicado divulgado na semana passada, a universidade afirmou que uma grande parte da pesquisa do agora ex-presidente consistiu na tradução literal de outras fontes, que não constavam na bibliografia do trabalho acadêmico.
Sob o título "Análise do programa dos Jogos Olímpicos modernos", a tese foi aprovada em 1992, 18 anos antes de Schmitt assumir o cargo de presidente da Hungria apoiado pelo governante e conservador partido Fidesz.
Durante sua presidência, Schimitt apoiou a política do primeiro-ministro, Viktor Orbán, e aprovou algumas polêmicas leis contra liberdade de imprensa e a separação de poderes, ambas criticadasamplamente pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Segundo a legislação húngara, o Parlamento tem um mês para escolher o novo presidente do país.
Com AP e EFE