O fechamento da fábrica da Dow Química em Camaçari, na Bahia
Enviado por luisnassif, ter, 03/04/2012 - 12:41
Por Assis Ribeiro
Do A Tarde
Dow Química fecha fábrica em Camaçari
Da Redação e Alana Fraga
Abmael Silva | Ag. A TARDE
Fábrica não funciona desde outubro, quando parou para manutenção
A The Dow Chemical Company (Dow Brasil) anunciou nesta segunda-feira (2) o fechamento da fábrica de tolueno diisocianato (TDI), em Camaçari. Essa decisão faz parte de um plano de redução de custos em decorrência da crise na economia europeia. A multinacional também pretende fechar outras unidades na Europa, América do Norte e América Latina.
A suspensão das atividades na fábrica de Camaçari também levou em conta as metas de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (EH&S) da Dow. De acordo com nota enviada pela empresa, a unidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS) atende a legislação brasileira, mas seria necessário mais investimento para que a planta fosse operada conforme o padrão da Dow.
A unidade também não tem sido lucrativa nos últimos anos, de acordo com nota, e mais investimentos tornariam o funcionamento inviável. Diante disso, a multinacional decidiu não reabrir a fábrica, que está fechada desde outubro de 2011, quando passou por manutenção programada.
De acordo com a Dow Brasil, os 123 funcionários da unidade foram informados do fechamento da planta. A empresa diz que oferece aos trabalhadores realocação em outra unidade, pacote de benefícios e serviços de recolocação em outras empresas (outplacement).
Estremecimento - A decisão estremeceu a relação da empresa com o Governo do Estado, que, há dois anos, conseguiu uma nova medida anti-dumping para fortalecer os incentivos fiscais e negociou reduções dos preços dos insumos do TDI. “Desagradou muito o governo, essa decisão. Quebrou um trabalho conjunto que estava sendo feito. Não é uma coisa que eu, como secretário, possa absorver com facilidade. A Dow não tem o compromisso com a Bahia que eu esperava que tivesse”, afirmou o titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração do Estado (Sicm), James Correia.
O secretário considerou “pequeno” o esforço da Dow em manter as atividades da fábrica ou menos tentar vendê-la para outro grupo, a fim de preservar os empregos dos trabalhadores e o fornecimento da produção para as demais indústrias do polo. “De qualquer forma, acho que não estão fechando uma quitanda, e sim uma fábrica que tem relação com várias fábricas do polo, tem implicações com toda a cadeia. Apesar de toda a justificativa, pois segurança é algo difícil de discutir, mas considero o esforço pequeno perto do comprometimento que o governo teve de ajudar a empresa de continuar trabalhando”, salienta.
Correia disse ainda que, ao receber a notícia do diretor de relações institucionais da Dow, Marconi Andraos, na manhã dessa segunda-feira, externou suas preocupações. “Mas ele disse que foi uma decisão da presidência mundial da Dow, está sendo feita uma grande estruturação na companhia. Mas também não deu nenhum indicativo de continuar empenhado em encontrar um comprador para a fábrica”, contou.
Trabalhadores - Mesmo com a medida de relocação dos funcionários, a decisão de encerramento da unidade aumentou a preocupação do Sindicato dos Trabalhadores Químicos da Bahia (Sindiquímica) com relação às perdas para a cadeia de produção do polo. “Hoje, o pólo (de Camaçari) está se especializando em produzir resina termoplástica, que é o forte de produção da Braskem. Essa concentração de fabricação mostra que não há uma política de produção de outros produtos no pólo”, explica o diretor do sindicato, Carlos Itaparica.
De acordo com ele, o mercado consumidor de TDI na Bahia e no Brasil vem crescendo, o que não justifica o fechamento da fábrica. “No Brasil, há um grande mercado consumidor para o TDI. Por isso, não existe uma lógica para esse fechamento. Hoje, na Bahia, tem uma concentração grande de plantas de colchão, além das plantas que produzem espumas para carros. Há um consumo muito alto e por isso não justifica esse fechamento”, afirma Itaparica.
Dentre as medidas de reduções de custos da Dow estão o fechamento de determinadas unidades fabris na Europa, América do Norte e América Latina, “assim como o cancelamento de uma seleção de projetos de capital e a implementação de reduções da força de trabalho, como parte dos esforços da Companhia de redução de custos, anunciados anteriormente, e de seu programa de Eficiência para o Crescimento, iniciado em 2011”, segundo a nota.
A suspensão das atividades na fábrica de Camaçari também levou em conta as metas de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (EH&S) da Dow. De acordo com nota enviada pela empresa, a unidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS) atende a legislação brasileira, mas seria necessário mais investimento para que a planta fosse operada conforme o padrão da Dow.
A unidade também não tem sido lucrativa nos últimos anos, de acordo com nota, e mais investimentos tornariam o funcionamento inviável. Diante disso, a multinacional decidiu não reabrir a fábrica, que está fechada desde outubro de 2011, quando passou por manutenção programada.
De acordo com a Dow Brasil, os 123 funcionários da unidade foram informados do fechamento da planta. A empresa diz que oferece aos trabalhadores realocação em outra unidade, pacote de benefícios e serviços de recolocação em outras empresas (outplacement).
Estremecimento - A decisão estremeceu a relação da empresa com o Governo do Estado, que, há dois anos, conseguiu uma nova medida anti-dumping para fortalecer os incentivos fiscais e negociou reduções dos preços dos insumos do TDI. “Desagradou muito o governo, essa decisão. Quebrou um trabalho conjunto que estava sendo feito. Não é uma coisa que eu, como secretário, possa absorver com facilidade. A Dow não tem o compromisso com a Bahia que eu esperava que tivesse”, afirmou o titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração do Estado (Sicm), James Correia.
O secretário considerou “pequeno” o esforço da Dow em manter as atividades da fábrica ou menos tentar vendê-la para outro grupo, a fim de preservar os empregos dos trabalhadores e o fornecimento da produção para as demais indústrias do polo. “De qualquer forma, acho que não estão fechando uma quitanda, e sim uma fábrica que tem relação com várias fábricas do polo, tem implicações com toda a cadeia. Apesar de toda a justificativa, pois segurança é algo difícil de discutir, mas considero o esforço pequeno perto do comprometimento que o governo teve de ajudar a empresa de continuar trabalhando”, salienta.
Correia disse ainda que, ao receber a notícia do diretor de relações institucionais da Dow, Marconi Andraos, na manhã dessa segunda-feira, externou suas preocupações. “Mas ele disse que foi uma decisão da presidência mundial da Dow, está sendo feita uma grande estruturação na companhia. Mas também não deu nenhum indicativo de continuar empenhado em encontrar um comprador para a fábrica”, contou.
Trabalhadores - Mesmo com a medida de relocação dos funcionários, a decisão de encerramento da unidade aumentou a preocupação do Sindicato dos Trabalhadores Químicos da Bahia (Sindiquímica) com relação às perdas para a cadeia de produção do polo. “Hoje, o pólo (de Camaçari) está se especializando em produzir resina termoplástica, que é o forte de produção da Braskem. Essa concentração de fabricação mostra que não há uma política de produção de outros produtos no pólo”, explica o diretor do sindicato, Carlos Itaparica.
De acordo com ele, o mercado consumidor de TDI na Bahia e no Brasil vem crescendo, o que não justifica o fechamento da fábrica. “No Brasil, há um grande mercado consumidor para o TDI. Por isso, não existe uma lógica para esse fechamento. Hoje, na Bahia, tem uma concentração grande de plantas de colchão, além das plantas que produzem espumas para carros. Há um consumo muito alto e por isso não justifica esse fechamento”, afirma Itaparica.
Dentre as medidas de reduções de custos da Dow estão o fechamento de determinadas unidades fabris na Europa, América do Norte e América Latina, “assim como o cancelamento de uma seleção de projetos de capital e a implementação de reduções da força de trabalho, como parte dos esforços da Companhia de redução de custos, anunciados anteriormente, e de seu programa de Eficiência para o Crescimento, iniciado em 2011”, segundo a nota.
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