Tombini, o “spread” bancário e a economia
Enviado por luisnassif, qua, 29/02/2012 - 08:00
Coluna Econômica - 29/02/2012
Para sua apresentação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente do Banco Central Alexandre Tombini preparou uma exposição exclusivamente macroeconômica – com dados da economia global e brasileira.
Mas o tema preponderante acabou sendo o “spread” bancário. Tombini informou ter recebido ordens expressas da presidente Dilma Rousseff para trabalhar na redução do “spread”.
Trata-se de uma longa batalha, de mais de dez anos, com resultados pouco significativos.
O spread é composto pelos seguintes fatores: lucro do banco + taxa de inadimplência da carteira + impostos. Sempre que aumenta a inadimplência, o banco incorpora esse indicador à sua taxa e repassa para o conjunto dos clientes.
Na exposição, Tombini mencionou um conjunto de medidas, já aprovadas, algumas implementadas:
Fatos: dados do próprio BC indicam que a parcela de lucros dos bancos no spread passou de 29,94% em 2009 para 32,73% em 2010, desmentindo a ideia do ganho de escala. No caso dos bancos privados – segundo levantamentos de Alexandro Martello, do G1 – em 2010 a parcela de lucro sobre spread foi de 34,15%, bem mais alto que os 30,6% dos bancos públicos.
Na verdade, o que ocorre é que a redução da parcela do spread destinada à inadimplência resulta em aumento da parcela destinada ao lucro dos bancos. E o resultado final continua intocável. Enquanto não se instituir um sistema efetivo de concorrência, não se sairá do lugar.
A parte oficial da apresentação foi sobre o cenário macroeconômico brasileiro e mundial. E outros pontos não receberam respostas objetivas, o mais relevante dos quais é o aumento esperado do fluxo de capitais especulativos para o país.
De 2010 a 2012 – disse Tombini – a maneira de combater esse fluxo foi uma combinação de políticas macroeconômicas com medidas prudenciais – por tal, entendam-se as medidas de contenção a crédito em lugar de aumento da taxa Selic.
Agora, tem-se esse enorme fluxo de capitais e perspectiva de desaceleração do crescimento da economia mundial em 2012, e crescimento baixo nos próximos anos. E não se tem uma estratégia para enfrentar a inevitável apreciação do real.
Para sua apresentação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente do Banco Central Alexandre Tombini preparou uma exposição exclusivamente macroeconômica – com dados da economia global e brasileira.
Mas o tema preponderante acabou sendo o “spread” bancário. Tombini informou ter recebido ordens expressas da presidente Dilma Rousseff para trabalhar na redução do “spread”.
Trata-se de uma longa batalha, de mais de dez anos, com resultados pouco significativos.
O spread é composto pelos seguintes fatores: lucro do banco + taxa de inadimplência da carteira + impostos. Sempre que aumenta a inadimplência, o banco incorpora esse indicador à sua taxa e repassa para o conjunto dos clientes.
Na exposição, Tombini mencionou um conjunto de medidas, já aprovadas, algumas implementadas:
- Cadastro positivo – visando melhorar a qualidade das informações sobre os bons clientes bancários, reduzindo a taxa de inadimplência.
- Portabilidade – possibilidade do cliente mudar de banco levando suas operações junto.
- Redução do limite de operações de crédito registradas no Sistema de Informações de Crédito (CDR) do BC. Atualmente são registradas operações acima de R$ 5 mil. A partir de 30 de abril, as operações acima de R$ 1 mil, melhorando a qualidade da informação.
- Criação da Central de Cessão de Crédito, sistema operado pela Câmara Interbancária de Pagamento (CIP) registrando compras e vendas de carteiras de crédito entre os bancos, visando aumentar a competição financeira.
- Padronização de tarifas.
- Conta salário.
Fatos: dados do próprio BC indicam que a parcela de lucros dos bancos no spread passou de 29,94% em 2009 para 32,73% em 2010, desmentindo a ideia do ganho de escala. No caso dos bancos privados – segundo levantamentos de Alexandro Martello, do G1 – em 2010 a parcela de lucro sobre spread foi de 34,15%, bem mais alto que os 30,6% dos bancos públicos.
Na verdade, o que ocorre é que a redução da parcela do spread destinada à inadimplência resulta em aumento da parcela destinada ao lucro dos bancos. E o resultado final continua intocável. Enquanto não se instituir um sistema efetivo de concorrência, não se sairá do lugar.
A parte oficial da apresentação foi sobre o cenário macroeconômico brasileiro e mundial. E outros pontos não receberam respostas objetivas, o mais relevante dos quais é o aumento esperado do fluxo de capitais especulativos para o país.
De 2010 a 2012 – disse Tombini – a maneira de combater esse fluxo foi uma combinação de políticas macroeconômicas com medidas prudenciais – por tal, entendam-se as medidas de contenção a crédito em lugar de aumento da taxa Selic.
Agora, tem-se esse enorme fluxo de capitais e perspectiva de desaceleração do crescimento da economia mundial em 2012, e crescimento baixo nos próximos anos. E não se tem uma estratégia para enfrentar a inevitável apreciação do real.
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