A desistência de Andrea Matarazzo e Bruno Covas
Enviado por luisnassif, seg, 27/02/2012 - 08:33
Por Nilson
Matarazzo e Covas desistem em favor de Serra
Prévia tucana está mantida para o próximo domingo
SÃO PAULO — Dos quatro postulantes a disputar o cargo de prefeito de São Paulo pelo PSDB, dois — José Aníbal e Ricardo Trípoli — disseram neste domingo, em conversa com o governador Geraldo Alckmin, que vão manter suas pré-candidaturas e que não aceitam adiar a data das prévias, marcadas para o próximo domingo. Serra deve enviar hoje ao partido uma carta para formalizar a sua intenção de disputar as prévias tucanas e a prefeitura.
Se a posição de Trípoli e Aníbal não for revertida, Serra terá de enfrentar as prévias, mas ele não se opõe. Ontem, o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, anunciou a sua desistência da disputa. O quarto postulante, o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, deve fazer anúncio semelhante hoje de manhã. Na noite de sábado, porém, ele já avisara ao governador Geraldo Alckmin que aceita abrir mão da pré-candidatura. Ontem à noite, ele se reuniu com seus apoiadores para justificar a sua desistência. Disse ser um homem de partido e que não poderia dizer não a um pedido de Alckmin. p>Pré-candidatos mantêm agenda com militância
Os dois pré-candidatos que resistem a desistir das prévias foram recebidos juntos por Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, ontem pela manhã. O governador formalizou a Aníbal e Trípoli a intenção de Serra de concorrer, mesmo com o prazo de inscrição para as prévias já encerrado.
— Foi uma conversa tranquila. O governador quis saber se tínhamos alguma oposição à entrada de Serra, apesar de o prazo de inscrição das prévias ter se encerrado. Tanto eu como o Aníbal dissemos que não abrimos mão da disputa das prévias e também queremos que elas sejam realizadas na data marcada. Toda militância está na rua e já temos compromissos agendados. Adiar as prévias não tem sentido — afirmou o deputado federal Ricardo Trípoli.
— Seria um anticlímax adiar. Péssimo. Já pedimos para as pessoas se programarem, não viajarem no final de semana — disse o secretário estadual de Energia, José Aníbal.
Diante da resistência da dupla ao primeiro pedido, Alckmin nem teve clima para abordar com eles uma possibilidade de desistência. Ontem, os dois pré-candidatos mantiveram a agenda de encontro com militantes em bairros da capital.
Aníbal avalia que Serra não precisa de tempo para divulgar a sua candidatura entre os militantes tucanos.
— A candidatura do Serra já está sendo amplamente divulgada — afirmou.
Matarazzo reuniu parte de seus apoiadores e a imprensa, na tarde de ontem, para anunciar que desistiu da pré-candidatura à prefeitura. Em um discurso recheado de críticas ao PT, justificou ser amigo de Serra e que, por isso, seria impossível entrar em uma disputa contra o ex-governador.
— Nunca vocês vão me ver disputando uma eleição com o Serra. Nós somos do mesmo grupo político e somos amigos. Não faria sentido.
Contou ainda que o ex-governador falou com ele, na quinta-feira, sobre a possibilidade de disputar a prefeitura. No mesmo dia, Serra se encontrou com Alckmin.
— O Serra sempre terá mais credenciais do que eu para disputar alguns cargos.
Também afirmou acreditar que Serra reviu a sua decisão de não disputar a prefeitura porque enxergou que a “ameaça da volta do PT a São Paulo poderia ser uma realidade”.
— Os nossos adversários querem fazer da conquista de São Paulo o passo final do processo hegemônico do Brasil. Os nossos adversários, em especial o PT, querem repetir a gestão nefasta e destruidora que fizeram em São Paulo (na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy). Nesse contexto, José Serra decidiu que gostaria de participar do processo eletivo de São Paulo. Nós não podemos desprezar o currículo de José Serra — afirmou.
Matarazzo diz que seus votos vão para Serra
Matarazzo disse ainda contar com cerca de 2.600 votos dos cerca de 6.000 militantes que devem participar das prévias e afirmou que esse apoio será transferido para Serra.
— Não podemos deixar que importem de Brasília os métodos nefastos do PT, que tem a cada mês que substituir um ministro — disse.
O secretário garantiu que Serra abriu mão de seu projeto nacional e não renunciará novamente à prefeitura, como fez em 2006, quando deixou o cargo um ano e três meses depois de tomar posse para disputar o governo do estado. Um discurso semelhante havia sido adotado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, aliado do ex-governador tucano, no sábado, numa pista de como os tucanos vão rebater as dúvidas que devem ser levantadas pelos adversários em relação à permanência de Serra na prefeitura até o final do mandato.
— Tenho certeza que ele voltará e ficará provavelmente quatro anos ou, quem sabe, oito anos na prefeitura — afirmou Matarazzo.
Numa forma de pressão aos dois pré-candidatos que seguem na disputa, apoiou o adiamento das prévias.
— Defenderia, sim, o adiamento. Não acharia um problema, se eu estivesse disputando. Vai adiar no máximo dez dias.
Hoje, os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo têm um debate agendado numa universidade. A dúvida entre os tucanos é se Serra participará do encontro.
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