Política monetária continua dissociada da economia real
Enviado por luisnassif, seg, 27/02/2012 - 11:27
Antecipo em pílulas elementos para a Coluna Econômica de amanhã.
O ponto central é analisar a política econômica do governo Dilma.
A primeira pílula é o jogo de interesses em torno da taxa Selic.
Grosso modo, há três setores diretamente afetados pela Selic:
Mas para a vida das empresas e pessoas físicas há pouquíssima mudança, devido à baixíssima influência da Selic sobre o custo final do crédito. Para as grandes empresas o impacto é apenas nos ganhos de tesouraria, não no resultado operacional. Ou seja, dois ou três pontos a mais ou a menos na Selic não irá produzir nenhum impacto no preço final dos produtos nem no ritmo de venda das empresas.
Tem-se, portanto, uma política monetária que funciona exclusivamente no campo monetário, totalmente dissociada da economia real.
O BC deu início a uma política corajosa de reduzir a Selic. Mas as discussões econômicas escondem apenas o leque de interesses do mercado.
Confira o post “O regime de metas de inflação na berlinda”.
Nosso irrefreável professor de Deus, Alexandre Schwarstman dá seu palpite sobre a “taxa de juros neutra” (não lhe peça para apresentar suas premissas que é capaz de você ser acusado de invasão de privacidade) e imagina a Selic como única arma contra a inflação. Toda essa parafernália de conclusões sem apresentação de premissas esconde um único objetivo: deblaterar contra a queda da Selic.
Já outro ex do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, diz que a enorme liquidez mundial exige uma política monetária mais flexível – em outras palavras, como Selic mais baixa.
Qual a diferença fundamental entre ambos? Schwartsman é um lídimo representante da confraria da Selic; Figueiredo – mais competente – é um gestor de recursos em renda variável. Apenas isso. Cada qual escolhe os argumentos que melhor se encaixam ao objetivo pré-definido de cada um.
A diferença fundamental entre os três grupos é que o primeiro – o dos rentistas – tornou-se parasitário na economia. Simboliza hoje em dia o lado mais atrasado do mercado. O segundo, mesmo com toda dose de esperteza que tem caracterizado muitos IPOs, ao menos agrega investimento no país. O terceiro – o canal de crédito – é fundamental, desde que as artérias do spread sejam desobstruídas
O ponto central é analisar a política econômica do governo Dilma.
A primeira pílula é o jogo de interesses em torno da taxa Selic.
Grosso modo, há três setores diretamente afetados pela Selic:
- A confraria dos rentistas, o pessoal que vive de apostas em torno da Selic. Ganha quando a Selic sobe.
- Os fundos e bancos de investimentos especializados em IPOs (lançamentos primários de ações). Ganham quando a Selic cai e libera mais recursos para a renda variável. Aliás, há uma montanha de IPOs sendo planejada esperando o estouro das ações no próximo ano, quando a Selic estiver perto dos 6% ao ano.
- A carteira de empréstimo dos bancos comerciais, que ganha com Selic baixa, pois reduz os custos de captação.
Mas para a vida das empresas e pessoas físicas há pouquíssima mudança, devido à baixíssima influência da Selic sobre o custo final do crédito. Para as grandes empresas o impacto é apenas nos ganhos de tesouraria, não no resultado operacional. Ou seja, dois ou três pontos a mais ou a menos na Selic não irá produzir nenhum impacto no preço final dos produtos nem no ritmo de venda das empresas.
Tem-se, portanto, uma política monetária que funciona exclusivamente no campo monetário, totalmente dissociada da economia real.
O BC deu início a uma política corajosa de reduzir a Selic. Mas as discussões econômicas escondem apenas o leque de interesses do mercado.
Confira o post “O regime de metas de inflação na berlinda”.
Nosso irrefreável professor de Deus, Alexandre Schwarstman dá seu palpite sobre a “taxa de juros neutra” (não lhe peça para apresentar suas premissas que é capaz de você ser acusado de invasão de privacidade) e imagina a Selic como única arma contra a inflação. Toda essa parafernália de conclusões sem apresentação de premissas esconde um único objetivo: deblaterar contra a queda da Selic.
Já outro ex do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, diz que a enorme liquidez mundial exige uma política monetária mais flexível – em outras palavras, como Selic mais baixa.
Qual a diferença fundamental entre ambos? Schwartsman é um lídimo representante da confraria da Selic; Figueiredo – mais competente – é um gestor de recursos em renda variável. Apenas isso. Cada qual escolhe os argumentos que melhor se encaixam ao objetivo pré-definido de cada um.
A diferença fundamental entre os três grupos é que o primeiro – o dos rentistas – tornou-se parasitário na economia. Simboliza hoje em dia o lado mais atrasado do mercado. O segundo, mesmo com toda dose de esperteza que tem caracterizado muitos IPOs, ao menos agrega investimento no país. O terceiro – o canal de crédito – é fundamental, desde que as artérias do spread sejam desobstruídas
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