A construção de oleoduto nas ruínas de Babilônia
Enviado por luisnassif, qua, 06/06/2012 - 14:48
Por Adir Tavares
De Outras Palavras
Babilônia ameaçada em nome do petróleo

Um dos sítios arqueológicos mais destacados do planeta pode ser atingido por um novo oleoduto
Por Daniela Frabasile
Memória de uma das civilizações mais antigas do planeta, as ruínas de Babilônia – fundada provavelmente no século 23 a.C. – estão novamente ameaçadas. A construção de um oleoduto, iniciada há meses, pode atingi-las gravemente. As obras iniciais já resultaram na perfuração de um túnel de 1,5 km, num sítio arqueológico em parte inexplorado. A ação “produziu prejuízo incalculável”, segundo Qaïs Hussein Rachid, chefe do órgão iraquiano para preservação do patrimônio histórico, o Isbah.
O fato desencadeou um alerta da Unesco – que enviou, no final de março, carta ao governo iraquiano, expressando preocupação. No país, a obra é motivo de disputa. De um lado, está o ministério do Petróleo, interessado em ampliar as exportações do combustível; de outro, a Isbah e o ministério do Turismo.
O oleoduto em questão é o terceiro a ser construído na região; os outros foram instalados nas décadas de 1980 e de 90, sendo que um deles já não está em uso. Embora não passe pelo centro da cidade antiga, o novo duto ocupa uma área que nunca foi escavada da chamada “cidade exterior”. O sítio arqueológico cobre aproximadamente 850 hectares, em sua maior parte ainda não explorado por arqueólogos,
Durante a guerra promovida contra o Iraque pelos EUA, as ruínas sofreram outros danos. Os exércitos norte-americano e polonês instalaram na região uma base militar (que funcionou de abril de 2003 a dezembro de 2004). Nivelaram o terreno, para formar pontos de pouso para helicópteros, construíram trincheiras – cavadas e depois preenchidas com terra de outro lugar – e empilharam peças de cerâmica e tijolos.
Agora, a polêmica em torno do oleoduto reacende um debate mais antigo. Apesar de sua importância histórica capital, e dos diversos pedidos feitos pelo governo iraquiano, à época de Saddan Houssein, o sítio arqueológico de Babilônia ainda não é considerado patrimônio histórico da humanidade pela ONU. A vice- presidente do Fundo Mundial dos Monumentos (WMF), Lisa Ackerman, alega que isso se deve a não haver planos para geri-lo e preservá-lo – o que envolve inclusive infra-estrutura para receber visitantes e segurança, por exemplo.
Em mais de quatro milênios de história, Babilônia foi saqueada e reconstruída diversas vezes. Foi conqusitada por Ciro II, rei da Pérsia, em 539 a.C. e por Alexandre, o Grande, dois séculos depois. Caiu no esquecimento a partir do início da era cristão e foi redescoberta apenas no século 19, pelo viajante britânico Claudius.
De Outras Palavras
Babilônia ameaçada em nome do petróleo

Um dos sítios arqueológicos mais destacados do planeta pode ser atingido por um novo oleoduto
Por Daniela Frabasile
Memória de uma das civilizações mais antigas do planeta, as ruínas de Babilônia – fundada provavelmente no século 23 a.C. – estão novamente ameaçadas. A construção de um oleoduto, iniciada há meses, pode atingi-las gravemente. As obras iniciais já resultaram na perfuração de um túnel de 1,5 km, num sítio arqueológico em parte inexplorado. A ação “produziu prejuízo incalculável”, segundo Qaïs Hussein Rachid, chefe do órgão iraquiano para preservação do patrimônio histórico, o Isbah.
O fato desencadeou um alerta da Unesco – que enviou, no final de março, carta ao governo iraquiano, expressando preocupação. No país, a obra é motivo de disputa. De um lado, está o ministério do Petróleo, interessado em ampliar as exportações do combustível; de outro, a Isbah e o ministério do Turismo.
O oleoduto em questão é o terceiro a ser construído na região; os outros foram instalados nas décadas de 1980 e de 90, sendo que um deles já não está em uso. Embora não passe pelo centro da cidade antiga, o novo duto ocupa uma área que nunca foi escavada da chamada “cidade exterior”. O sítio arqueológico cobre aproximadamente 850 hectares, em sua maior parte ainda não explorado por arqueólogos,
Durante a guerra promovida contra o Iraque pelos EUA, as ruínas sofreram outros danos. Os exércitos norte-americano e polonês instalaram na região uma base militar (que funcionou de abril de 2003 a dezembro de 2004). Nivelaram o terreno, para formar pontos de pouso para helicópteros, construíram trincheiras – cavadas e depois preenchidas com terra de outro lugar – e empilharam peças de cerâmica e tijolos.
Agora, a polêmica em torno do oleoduto reacende um debate mais antigo. Apesar de sua importância histórica capital, e dos diversos pedidos feitos pelo governo iraquiano, à época de Saddan Houssein, o sítio arqueológico de Babilônia ainda não é considerado patrimônio histórico da humanidade pela ONU. A vice- presidente do Fundo Mundial dos Monumentos (WMF), Lisa Ackerman, alega que isso se deve a não haver planos para geri-lo e preservá-lo – o que envolve inclusive infra-estrutura para receber visitantes e segurança, por exemplo.
Em mais de quatro milênios de história, Babilônia foi saqueada e reconstruída diversas vezes. Foi conqusitada por Ciro II, rei da Pérsia, em 539 a.C. e por Alexandre, o Grande, dois séculos depois. Caiu no esquecimento a partir do início da era cristão e foi redescoberta apenas no século 19, pelo viajante britânico Claudius.
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