A imigração vêneta no Brasil

Por Andre Araujo
Comentário no post "Os filhos do Império Austro-Húngaro no Brasil"
Uma historia ainda não escrita é a extraordinaria contribuição dos descendentes de vêmetos ao agronegocio brasileiro. Os imigrantes que vieram para o Brasil a partir do Vale do Po, na região do Veneto tinham séculos de tradição agricola, o Vale do Po é a grande planicie triticola da Italia. Na explosão demografica do Risorgimento e por causa de sucessivos desastres climaticos por volta dos anos 70 e 80 do Seculo XIX, deu-se largada à grande imigração italiana para a America, dividada entre EUA, Brasil e Argentina. A imigração vêneta para o Brasil fixou-se no Rio Grande do Sul, para São Paulo vieiram bàsicamente napolitanos, calabreses, bareses e sicilianos.
Os vênetos, agricultores desde os tempos do Imperio Romano, fizeram prosperar a agricultura do Rio Grande do Sul e a partir dessa base foram para o Oeste, Centro Oeste, Noroeste e Oeste baiano, sendo o nucleo principal do atual agronegocio brasileiro.
O dialeto vêneto, o "talian" não é mais falado na Italia mas é corrente no Rio Grande do Sul, onde exustem rádios em "talian", a cultura vêneta produziu prolongamento único na região de Caxias do Sul e Bento Gonçalves porque em nenhuma outra região do mundo houve uma concentração uniforme de imigrantes dessa região em uma só area geografica, o que transplantou a cultura em bloco.
O Veneto antes do Risorgimento era de soberania austriaca, como o Trentino, seus habitantes tem na Italia reputação de sérios e trabalhadores e especialmente adaptados à agricultura. Talvez isso explique um dos grandes fenomenos agricolas do Seculo XX, a ocupação rápida, menos de duas decadas, do cerrado brasileiro por agricultores gauchos, de sangue veneto e trentino que com uma impetuosidade que só se explica pelo DNA, criaram a base produtiva de um nova e grande fronteira agricola moderna, responsavel pela exportação de grãos em escala mundial.