O encadeamento das medidas econômicas

Por Roberto São Paulo- SP-2012
Comentário no post "O dreno do superávit primário"

Uma jogada para ficar na história.

Creio que a redução dos spread pelo Bancos Públicos, é uma ação semelhante a ocorrida no final de 2008, quando o Bancos Públicos ampliaram a oferta de crédito para compensar a queda da oferta de crédito pelo Bancos Privados em função da crise de liquidez deflagrada com a quebra do Lehman Brothers

Agora, em 2012, os bancos privados estavam iniciando um aumento do spread em função do aumento da inadimplência, causada pelas Medidas Macroprudencias de restrição ao crédito, o que por sinal iria agravar a situação da inadimplência.

Além de reduzir o spread, também está ocorrendo um aumento da oferta de crédito pelo Bancos Públicos, só que diferente do final de 2008, a ação está sendo prontamente seguida pela bancos privados, mesmo que em menor escala, muito provavelmente temendo uma nova perda de espaço no mercado para os Bancos Públicos.

Precisamos lembrar, que o momento ideal para reduzir o spread bancário é quando está ocorrendo uma queda no ritmo de crescimento do PIB, já que se esta ação ocorrer quando o PIB estiver crescendo acentuadamente, a queda do spread pode provocar aumentos exagerados na demanda interna dificultando o controle da inflação.

No Brasil mais do que um estímulo monetário na economia, a redução do spread bancário é um ajuste necessário para viabilizar um longo circulo virtuoso de crescimento do PIB, já que spread bancário está muito alto, muito acima da média do mercado financeiro internacional.

Além da ajuste no nível do spread, também é necessário uma ajuste nos juros da Selic e na carga tributária, e também do mesmo modo, o momento ideal para estes ajustes é quando está ocorrendo uma queda  no ritmo de crescimento do PIB.

Creio que no final de 2010 e no ínicio de 2011 o Ministério da Fazenda realizou cortes no orçamento e aumentou a meta de superávit primário e o Banco Central do Brasil, adotaram as medidas Macropruenciais. para reduzir o ritmo de crescimento do PIB e assim poder realizar os ajustes necessários, no spread bancário, nos juros da Selic e na carga tributária.

Mas no meio do caminho, mas precisamente em agosto do 2011, em função da crise de renegociação do teto da dívida americana e do agravamento da crise fiscal na zona do euro, provocados pelos erros seguidos do BCE, inciou um processo de acentuada queda da demanda externa, tornando necessário reverter as medidas adotadas desde do final de 2010.

Creio que de maneira correta e diferente do que ocorreu no final de 2008,  a reversão das medidas,  iniciou-se  pela redução dos juros da Selic, que além de estimular a economia, ainda ajuda preservar as contas públicas para momentos de agravamento da crise econômica internacional.

Depois vieram as medidas de redução de spread, e mais recentemente a redução do IPI e do IOF, e ainda resta a possibilidade de redução do superávit primário e aumento dos gastos públicos, principalmente dos investimentos públicos.

Creio que  a ordem, primeiro a redução dos juros da Selic, depois a redução do spread bancário e a redução do IPI e do IOF e a rapidez das medidas tomadas indicam, que o Ministério da Fazenda e Banco Central já estavam preparados para agir assim que fosse necessário, muito antes dos indicadores apontarem a queda do ritmo de crescimento do PIB e do agramento da crise econômica internacional.

Uma jogada para ficar na história