A personalização dos pacotes da TV paga
Enviado por luisnassif, ter, 05/06/2012 - 12:41
Por Aquiles Lazzarotto
Comentário no post "A regulamentação da Lei da TV Paga"
Prezado Nassif,
O que me incomoda na TV paga são os tais "pacotes". Nesses pacotes vem um monte de canais que não me interessam de jeito nenhum.
Defendo que cada empresa que oferece TV paga deveria ter em seu sítio um tipo de menu, onde cada um dos canais teria seu preço. Todos os canais, inclusive os religiosos. A única exceção seriam os canais públicos e os de TV aberta, que seriam gratuitos. Ao consumidor seria dado o direito de escolher nesse cardápio somente os canais de seu interesse, ficando a fatura mensal composta pela soma dos preços desses canais. Assim, ficaria mais exposto a todo mundo quais são os canais que têm maior procura, e a diminuição da procura por um determinado canal mostraria que o mesmo estava perdendo qualidade.
Para citar um exemplo, lembro-me de ter gostado muito do cana History há alguns anos. Agora a programação do History é ridícula, com os tais "Mestres da restauração", também com a família que produz armas, mais aquela família que tem uma loja de penhores (um humor rasteiro, quando tentado). Os canais que deveriam apresentar programas de divulgação científica vêm transformando seus programas em panfletinhos imbecilizantes, ou que pelo menos tratam os espectadores como idiotas completos.
Ora, na medida em que as programações decaem em qualidade e em respeito à inteligência do assinante, bastaria ao mesmo assinante acessar o sítio da empresa de TV paga e clicar desmarcando o canal de seu menu. Por outro lado, canais que se mostrem interessantes não só manteriam sua audiência como também agregariam um número crescente de assinantes.
Critico também a quantidade e a duração dos intervalos na programação. É irritante pagar (e pagar caro) por uma TV que entope sua programação com propagandas comerciais, tal qual é feito nas TVs abertas. E tudo indica que os intervalos dos programas são coincidentes na maioria dos canais. Ou seja, quando você se aborrece por ter que assistir a um longo intervalo num canal, pega o controle remoto e "circula" por outros canais. Coincidentemente, a grande maioria também está apresentando seu intervalo.
Parece haver uma proposta de disciplinar o telespectador com tempos definidos de programa, naturalizando esse fatiamento da programação e desenvolvendo no telespectador um "hábito" de não se concentrar em qualquer coisa por mais de 4 ou 5 minutos. Hábito esse que acaba se transferindo para outros setores da vida e outras atividades, como a leitura de livros, a atenção em aulas na escola, a análise de conjunturas políticas, a percepçãp mais aguçada e apurada do mundo que nos cerca.
Eu diria que é uma política intencional de "adestramento" de mentes para um mundo fictício, no estilo do que fazem os shoppings ao tentarem substituir as cidades reais que estão em seu entorno criando suas "praças" de ar condicionado e "segurança". Uma tentativa de robotizar a todos para que vivam essa realidade alienada, acrítica, desinformada e superficial.
Pode ser que existam canais de TV paga que não sigam essa mesma linha, mas certamente a quase totalidade deles não está nos "pacotes" mais acessíveis à maioria da população. Resultado: quem tem maior poder aquisitivo tem maior possibilidade de acesso a programas com mais qualidade cultural e científica e, possivelmente, menos "adestradores", menos "robotizantes".
Comentário no post "A regulamentação da Lei da TV Paga"
Prezado Nassif,
O que me incomoda na TV paga são os tais "pacotes". Nesses pacotes vem um monte de canais que não me interessam de jeito nenhum.
Defendo que cada empresa que oferece TV paga deveria ter em seu sítio um tipo de menu, onde cada um dos canais teria seu preço. Todos os canais, inclusive os religiosos. A única exceção seriam os canais públicos e os de TV aberta, que seriam gratuitos. Ao consumidor seria dado o direito de escolher nesse cardápio somente os canais de seu interesse, ficando a fatura mensal composta pela soma dos preços desses canais. Assim, ficaria mais exposto a todo mundo quais são os canais que têm maior procura, e a diminuição da procura por um determinado canal mostraria que o mesmo estava perdendo qualidade.
Para citar um exemplo, lembro-me de ter gostado muito do cana History há alguns anos. Agora a programação do History é ridícula, com os tais "Mestres da restauração", também com a família que produz armas, mais aquela família que tem uma loja de penhores (um humor rasteiro, quando tentado). Os canais que deveriam apresentar programas de divulgação científica vêm transformando seus programas em panfletinhos imbecilizantes, ou que pelo menos tratam os espectadores como idiotas completos.
Ora, na medida em que as programações decaem em qualidade e em respeito à inteligência do assinante, bastaria ao mesmo assinante acessar o sítio da empresa de TV paga e clicar desmarcando o canal de seu menu. Por outro lado, canais que se mostrem interessantes não só manteriam sua audiência como também agregariam um número crescente de assinantes.
Critico também a quantidade e a duração dos intervalos na programação. É irritante pagar (e pagar caro) por uma TV que entope sua programação com propagandas comerciais, tal qual é feito nas TVs abertas. E tudo indica que os intervalos dos programas são coincidentes na maioria dos canais. Ou seja, quando você se aborrece por ter que assistir a um longo intervalo num canal, pega o controle remoto e "circula" por outros canais. Coincidentemente, a grande maioria também está apresentando seu intervalo.
Parece haver uma proposta de disciplinar o telespectador com tempos definidos de programa, naturalizando esse fatiamento da programação e desenvolvendo no telespectador um "hábito" de não se concentrar em qualquer coisa por mais de 4 ou 5 minutos. Hábito esse que acaba se transferindo para outros setores da vida e outras atividades, como a leitura de livros, a atenção em aulas na escola, a análise de conjunturas políticas, a percepçãp mais aguçada e apurada do mundo que nos cerca.
Eu diria que é uma política intencional de "adestramento" de mentes para um mundo fictício, no estilo do que fazem os shoppings ao tentarem substituir as cidades reais que estão em seu entorno criando suas "praças" de ar condicionado e "segurança". Uma tentativa de robotizar a todos para que vivam essa realidade alienada, acrítica, desinformada e superficial.
Pode ser que existam canais de TV paga que não sigam essa mesma linha, mas certamente a quase totalidade deles não está nos "pacotes" mais acessíveis à maioria da população. Resultado: quem tem maior poder aquisitivo tem maior possibilidade de acesso a programas com mais qualidade cultural e científica e, possivelmente, menos "adestradores", menos "robotizantes".
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