segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

.O julgamento do soldado que vazou documentos


Enviado por luisnassif, seg, 19/12/2011 - 08:30

Por wilson yoshio.blogspot

Do Opera Mundi



ESTADOS UNIDOS / Efe
Washington



Advogados de Manning, soldado que vazou documentos, alegam transtorno sexual em sua defesa



Soldado de 24 anos pode ser acusado de até 22 crimes por violar o código militar, entre eles um por "alta traição"



Os advogados do soldado Bradley Manning, acusado de vazar milhares de documentos secretos ao WikiLeaks, alegaram durante a audiência deste sábado (17/12) que seu cliente sofria uma alteração mental e que teve um alter ego feminino aflorado quando ocorreram os fatos, informou a emissora CNN.



Durante este segundo dia de audiência, cujo objetivo é decidir se o soldado será julgado por uma corte marcial ou ordinária, começaram a comparecer as primeiras testemunhas da acusação.



p>Um dos advogados de defesa, o major Matthew Kemkes, focou suas argumentações em demonstrar que o ambiente hostil ao qual Manning tinha sido exposto por ser homossexual contribuiu para que desenvolvesse problemas mentais e emocionais.



Um agente especial do Exército dos Estados Unidos, Calder Robertson, especialista em investigação de crimes eletrônicos, foi questionado sobre os distúrbios mentais de Manning.



Robertson, que depôs por telefone da Alemanha, afirmou que sabia que o acusado utilizava o apelido feminino de "Breanna Manning" em algumas redes sociais e em chats da internet, e explicou que o laptop do acusado não tinha senha e podia ter sido utilizado por qualquer pessoa.



Por sua vez, a agente especial do Exército americano Toni Graham declarou que recolheu provas na casa e no local de trabalho de Manning e afirmou que entre elas estava um DVD marcado como "secreto", que continha um vídeo militar de 2007 no qual helicópteros de ataque Apache abatem homens desarmados a tiros no Iraque.



A agente também declarou que encontrou alguns documentos no quarto de Manning relacionados ao suposto transtorno de identidade de gênero.



Kemkes explicou que o soldado tinha uma pasta em seu quarto que estava cheia de artigos e pesquisas médicas sobre a doença, incluindo uma assessoria sobre a cirurgia facial.



Manning, que completou 24 anos neste sábado e está há um ano e meio detido, pode ser acusado de até 22 crimes por violar o código militar, entre eles um por "alta traição", que é punido com pena de morte.



No entanto, um porta-voz do Exército confirmou neste sábado que a promotoria não solicitará a pena máxima para o soldado. Nesse caso, analistas anteciparam que a pena máxima que será pedida para o soldado americano seria a de prisão perpétua.



Manning é acusado de entregar ao WikiLeaks, o site fundado pelo australiano Julian Assange, milhares de documentos confidenciais sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque e correspondência diplomática dos Estados Unidos.



Da Folha.com



Superiores de acusado de vazar dados se recusam a testemunhar



DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS



Duas das testemunhas chamadas neste domingo para dar declarações durante a audiência preliminar contra Bradley Manning se negaram a testemunhar.



Trata-se de dois superiores do soldado quando começaram a se tornar evidentes seus distúrbios psicológicos, principal argumento usado na defesa de Manning.



Acusado de vazar milhares de documentos classificados para o portal Wikileaks, o soldado pediu ajuda a seus superiores semanas antes de sua detenção em um e-mail no qual revelava que sofria graves problemas psicológicos devido a uma desordem de identidade de gênero.



Segundo as evidências mostradas ao longo da audiência, o soldado enviou uma mensagem ao sargento major Paul Adkins, no qual lhe dizia que era transexual e lhe juntava uma fotografia vestido de mulher. Ele dizia que o assunto tinha lhe causado problemas na base de Hammer, no Iraque.





O advogado de Manning, David Coombs, interrogou durante o terceiro dia de audiência o capitão Steven Lim, que teve o soldado sob suas ordens e que admitiu conhecer a existência dessa mensagem a qual Adkins.



A suspeita é que Adkins e o brigadeiro Kyle Bolonek, os dois superiores do acusado, tenham recusado a testemunhar por falta de preparo. Eles conhecem a situação de Manning e usufruíram do direito ao silêncio, informou a rede "CNN".



SUSPENSÃO



A capitão Casey Fulton, também superior de Manning no Iraque, foi a primeira testemunha durante o terceiro dia de audiência e assegurou que recomendou que o soldado fosse suspenso e submetido a uma análise psiquiátrica após agredir uma companheira, Jihrleah Showman.



Diversas testemunhas confirmaram que Manning tinha acesso à rede de dados classificados do Pentágono, a Siprnet, e que descarregou documentos da plataforma.



A capitão confessou que enquanto Manning esteve sob seu comando estava preocupada com seu comportamento e tinha recomendado que sua arma fosse retirada.



Os advogados do soldado o retratam como um jovem em luta consigo mesmo e estão tentando mostrar que seus superiores podiam ter evitado a tempo as consequências de sua conduta.



O objetivo dessa fase do procedimento é determinar se Manning deve ser julgado pela jurisdição comum ou se submeter a um conselho de guerra por delitos muito graves, como o de "alta traição".



O soldado é acusado de ter entregue ao Wikileaks 260.000 despachos diplomáticos americanos relativos às guerras no Iraque e no Afeganistão. Ele responde a 22 acusações e pode ser condenado à prisão perpétua.



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