terça-feira, 17 de janeiro de 2012

.A precária assistência à saúde nas prisões de SP


Enviado por luisnassif, ter, 17/01/2012 - 12:13

Do Diário de S. Paulo



Prisões têm 135 médicos para cuidar de 179 mil

Levantamento do CNJ encontrou presos com problemas de saúde graves sendo tratados com dipirona



THAÍS NUNES

thais.nunes@diariosp.com.br



Relatório do Mutirão Carcerário do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) revela que a maioria dos 179,6 mil presos que cumprem pena em unidades prisionais de São Paulo não tem acesso a tratamento médico. Presos com doenças crônicas graves relataram aos juízes serem tratados à base de dipirona (remédio anti-inflamatório), sem qualquer acompanhamento de especialistas.



Segundo o Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, do Ministério da Justiça, são 134 clínicos gerais e um ginecologista trabalhando em cadeias e penitenciárias paulistas. É como se cada médico fosse responsável por 1,3 mil presos.

yle="text-align: justify;">E o número de profissionais de saúde da estatística é bem diferente da realidade. O juiz Esmar Custódio Vêncio Filho, um dos coordenadores do Mutirão Carcerário em São Paulo, afirma que muitos desses médicos tiraram férias vencidas, licença-prêmio ou pediram exoneração. A consequência disso, diz o magistrado, é que há poucos funcionários para atender a demanda.



DOENÇAS GRAVES/ Esmar ouviu relatos de presos com artrose avançada sem medicamento. Há detentos com doenças de pele graves que nunca passaram por um dermatologista. Em Franco da Rocha, o CNJ encontrou cadeiras de rodas quebradas, enfermaria abandonada e um homem com um pino saindo do pé. As cenas foram fotografadas e fazem parte do relatório que vai ser divulgado na íntegra em março.



Outro problema é a falta de dentistas. Oficialmente há 125 – um para cada 1,1 mil presos. Além do quadro ser bem menor do que o declarado, afirma o CNJ, não há estrutura para trabalhar. “A única solução para os presos que têm dor de dente é a extração. Limpeza, canal ou obturação, nem pensar”, conta o coordenador do mutirão.



O CNJ pressiona o governo paulista para que as condições de saúde oferecidas ao preso melhorem. “O controle de doenças como tuberculose e Aids é bom, mas o restante é muito deficitário e insuficiente. A questão deve ser tratada com prioridade”, afirma Esmar.




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