Enviado por Míriam Leitão - 2.2.2012
9h30m
NA CBN
Balança comercial: soluções mais amplas e não curativos para setores
Não vamos conseguir virar a balança comercial com os curativos que o governo está aplicando. Quando há um problema, cria-se uma medida para resolver só aquela dificuldade.
Ficou preocupado, por exemplo, com as importações elevadas de automóveis no ano passado. Os países que não tivessem acordo automotivo com o Brasil e as empresas que não produzissem aqui pagariam IPI maior. A Fiat, por exemplo, que importava da Polônia, passou a comprar do México, aumentando muito o déficit com esse país. E o Brasil, então, resolve fazer o que? Como mostra a matéria de hoje do Valor Econômico, vai romper o acordo automotivo com o México.
A indústria automobilística hoje no mundo é toda integrada. Se for criado imposto sobre um produto que vem de um determinado lugar, pode haver efeito colateral. O país poderá não importar peça ou componentes feitos no Brasil, por exemplo.
O governo tem de olhar para o tema de forma geral, não caso a caso. Dados divulgados ontem mostraram que o Brasil teve déficit comercial em janeiro, mas isso não é um problema, no começo do ano costuma ser asim.
O país é muito dependente de commodities e houve queda de preços nos últimos meses do ano passado, batendo em janeiro. O do minério de ferro, por exemplo, caiu 6,6% - vendido em janeiro, mas com preço combinado antes, porque agora, já começa a subir de novo. Isso fez com que a exportação de minério de ferro caísse – em valor também. Das 20 commodities que o Brasil mais exporta, só três tiveram aumento de preço em janeiro.
O país é muito dependente da exportação de matérias-primas, como temos falado aqui. A indústria precisa ser mais capaz de competir, mas só consegue exportar, quando o câmbio está favorável, porque tem fatores que reduzem a competitividade.
Portanto, é preciso olhar para esse tema de forma global, não com distribuição de pílulas curativas para cada setor específico de acordo com o lobby. Alguns problemas não podemos resolver – a Europa, por exemplo, importou bem menos do Brasil, porque está em crise. Mas há notícias boas também, como o aumento da participação dos EUA no total das nossas exportações. Em janeiro, foi o país que mais comprou.
Ou seja, é preciso olhar para isso de forma mais inteligente. Se deu déficit, não adianta criar barreiras ao comércio. O país precisa enfrentar o problema de forma estrutural, não ficar assustado com o primeiro vermelho na balança comercial e sair criando medidas protecionistas.
9h30m
NA CBN
Balança comercial: soluções mais amplas e não curativos para setores
Não vamos conseguir virar a balança comercial com os curativos que o governo está aplicando. Quando há um problema, cria-se uma medida para resolver só aquela dificuldade.
Ficou preocupado, por exemplo, com as importações elevadas de automóveis no ano passado. Os países que não tivessem acordo automotivo com o Brasil e as empresas que não produzissem aqui pagariam IPI maior. A Fiat, por exemplo, que importava da Polônia, passou a comprar do México, aumentando muito o déficit com esse país. E o Brasil, então, resolve fazer o que? Como mostra a matéria de hoje do Valor Econômico, vai romper o acordo automotivo com o México.
A indústria automobilística hoje no mundo é toda integrada. Se for criado imposto sobre um produto que vem de um determinado lugar, pode haver efeito colateral. O país poderá não importar peça ou componentes feitos no Brasil, por exemplo.
O governo tem de olhar para o tema de forma geral, não caso a caso. Dados divulgados ontem mostraram que o Brasil teve déficit comercial em janeiro, mas isso não é um problema, no começo do ano costuma ser asim.
O país é muito dependente de commodities e houve queda de preços nos últimos meses do ano passado, batendo em janeiro. O do minério de ferro, por exemplo, caiu 6,6% - vendido em janeiro, mas com preço combinado antes, porque agora, já começa a subir de novo. Isso fez com que a exportação de minério de ferro caísse – em valor também. Das 20 commodities que o Brasil mais exporta, só três tiveram aumento de preço em janeiro.
O país é muito dependente da exportação de matérias-primas, como temos falado aqui. A indústria precisa ser mais capaz de competir, mas só consegue exportar, quando o câmbio está favorável, porque tem fatores que reduzem a competitividade.
Portanto, é preciso olhar para esse tema de forma global, não com distribuição de pílulas curativas para cada setor específico de acordo com o lobby. Alguns problemas não podemos resolver – a Europa, por exemplo, importou bem menos do Brasil, porque está em crise. Mas há notícias boas também, como o aumento da participação dos EUA no total das nossas exportações. Em janeiro, foi o país que mais comprou.
Ou seja, é preciso olhar para isso de forma mais inteligente. Se deu déficit, não adianta criar barreiras ao comércio. O país precisa enfrentar o problema de forma estrutural, não ficar assustado com o primeiro vermelho na balança comercial e sair criando medidas protecionistas.
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