Enviado por Valéria Maniero - 1.2.2012
16h00m
Argentina: uma super barreira protecionista entra em vigor
José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), explica com poucas palavras - e bem - a medida adotada pelo vizinho, que entra em vigor hoje, aumentando o controle sobre as importações. "É uma super barreira protecionista". Mais ou menos assim: quem quiser comprar produtos de outros países precisará ter uma licença da Receita, uma espécie de autorização.
Castro acha que será um transtorno para aqueles que exportam para a Argentina. Como deve comprar menos, as exportações do Brasil para lá - produtos manufaturados, principalmente - devem ser afetadas. Estamos falando, por exemplo, de calçados, móveis, equipamentos, eletrodomésticos da linha branca.
- A Argentina esqueceu que existe o Mercosul. Não houve negociação prévia, saiu logo divulgando a medida. É uma prática que, com certeza, pode ser questionada na OMC, porque dificulta o comércio. As exportações do Brasil para a Argentina, um de nossos principais parceiros, vão diminuir. É uma barreira mais forte do que as anteriores - diz, referindo-se a medidas aplicadas anteriormente que também eram protecionistas.
Ainda não se sabe quais serão os critérios adotados para liberar certas importações e barrar outras. Em princípio, segundo Castro, deve ser liberada a entrada de produtos não produzidos no país. De qualquer maneira, será um processo bastante burocrático, já que o preenchimento do pedido, por parte dos importadores, será manual. E a avaliação dos representantes do governo, individual.
- Você acha que eles conseguirão atender a demanda? A burocracia vai atrasar ainda mais o processo. Para o Brasil, é uma medida muito negativa, porque atingirá nossas exportações de manufaturados, mas não sabemos ainda qual será o impacto - afirma.
A Argentina quer preservar seu superávit comercial que, no ano passado, ficou em quase 11 bilhões de dóláres.
- O governo sabe que, por causa da crise, a cotação das commodities pode cair, afetando as exportações e a balança comercial. Como deu calote, não tem acesso aos mercados internacionais - explica.
O vizinho errou na maneira como conduziu a questão, na opinião do vice-presidente da AEB.
- Por se tratar de uma medida dura, tinha de ter feito acordo, negociado antes com o Brasil. O Mercosul sai enfraquecido, é uma área de comércio, mas não livre.
Balança comercial: janeiro registra maior déficit em 21 anos
O Ministério do Desenvolvimento divulgou há pouco que a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,291 bilhão em janeiro, como mostra matéria do Globo que pode ser lida aqui. Ou seja, as importações superaram as exportações no período. A crise está por trás desse resultado, segundo o MDIC.
16h00m
Argentina: uma super barreira protecionista entra em vigor
José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), explica com poucas palavras - e bem - a medida adotada pelo vizinho, que entra em vigor hoje, aumentando o controle sobre as importações. "É uma super barreira protecionista". Mais ou menos assim: quem quiser comprar produtos de outros países precisará ter uma licença da Receita, uma espécie de autorização.
Castro acha que será um transtorno para aqueles que exportam para a Argentina. Como deve comprar menos, as exportações do Brasil para lá - produtos manufaturados, principalmente - devem ser afetadas. Estamos falando, por exemplo, de calçados, móveis, equipamentos, eletrodomésticos da linha branca.
- A Argentina esqueceu que existe o Mercosul. Não houve negociação prévia, saiu logo divulgando a medida. É uma prática que, com certeza, pode ser questionada na OMC, porque dificulta o comércio. As exportações do Brasil para a Argentina, um de nossos principais parceiros, vão diminuir. É uma barreira mais forte do que as anteriores - diz, referindo-se a medidas aplicadas anteriormente que também eram protecionistas.
Ainda não se sabe quais serão os critérios adotados para liberar certas importações e barrar outras. Em princípio, segundo Castro, deve ser liberada a entrada de produtos não produzidos no país. De qualquer maneira, será um processo bastante burocrático, já que o preenchimento do pedido, por parte dos importadores, será manual. E a avaliação dos representantes do governo, individual.
- Você acha que eles conseguirão atender a demanda? A burocracia vai atrasar ainda mais o processo. Para o Brasil, é uma medida muito negativa, porque atingirá nossas exportações de manufaturados, mas não sabemos ainda qual será o impacto - afirma.
A Argentina quer preservar seu superávit comercial que, no ano passado, ficou em quase 11 bilhões de dóláres.
- O governo sabe que, por causa da crise, a cotação das commodities pode cair, afetando as exportações e a balança comercial. Como deu calote, não tem acesso aos mercados internacionais - explica.
O vizinho errou na maneira como conduziu a questão, na opinião do vice-presidente da AEB.
- Por se tratar de uma medida dura, tinha de ter feito acordo, negociado antes com o Brasil. O Mercosul sai enfraquecido, é uma área de comércio, mas não livre.
Balança comercial: janeiro registra maior déficit em 21 anos
O Ministério do Desenvolvimento divulgou há pouco que a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,291 bilhão em janeiro, como mostra matéria do Globo que pode ser lida aqui. Ou seja, as importações superaram as exportações no período. A crise está por trás desse resultado, segundo o MDIC.
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