PINIÃO (1927) - de Luperce Miranda e Augusto Calheiros
Turunas da Mauriceia
Pinião, pinião, pinião, oi Pinto correu com medo do gavião Por isso mesmo o sabiá cantô Bateu asa e voou e foi comê melão Essa sumana o gavião lá dos oitero Chegou lá no meu terreiro biliscando pulo chão E um pintinho que tava jun’da galinha Foi correndo pa cozinha com medo do gavião No meu terreiro tinha um pé de araçá Onde um sabiá-gongá fazia seu plantão Um dia desse ela tava descuidada Quase morre degolada nas unha do gavião O gavião é um bicho carniceiro Quando bate num poleiro come os pinto qu’ele qué Um dia desse um se trepou lá na mesa Nunca vi tanta afoiteza, biliscou minha muié Minha muié se assombrou-se nesse dia Quase morre de agonia com uma dô no coração Gritava tanto cus dois óio abuticado Até que eu fiquei vexado cum medo do gavião
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