O acordo Brasil-México e o lobby automotivo
Enviado por luisnassif, qua, 28/03/2012 - 13:36
Por Waldyr Kopezky
Matéria "malandra" na Carsale/UOL
Repotagem mente para defender acordo anterior com o México que permitia a importação de carros produzidos nos EUA sem imposto
Esta matéria na Carsale/UOL (Produzir carro no Brasil custa o mesmo que nos EUA) é resultado direto do novo acordo automotivo Brasil-México e suas mudanças. É uma tentativa (no mínimo) capciosa de dizer que a tributação daqui é alta, o tal do "Custo Brasil" é uma realidade, etc. - e que o governo precisa desonerar mais o setor.
p>Ah, então é mais barato fazer lá? Então perguntem à Ford ou GM se eles topam desmobilizar suas plantas aqui e montar lá em Detroit! A resposta a essa indagação seria um sonoro "Não". Claro: aqui toda a cadeia de fornecimento é barata, a mão-de-obra idem, os encargos trabalhistas beeem menores que os estadunidenses e o custo da energia e matérias-primas, absurdamente mais em conta - sem contar que nosso mercado automotivo propicia às montadoras (na rede de varejo) as maiores margens de lucro do mundo na venda de veículos zero quilômetro (entre 200% e 300%).
"Hecho en Mexico" - a grande mentira
Mas, então, qual seria o objetivo da reportagem - insidiosa e nitidamente em defesa do setor corporativo transnacional? Simples: fazer o Governo Federal rever os limites impostos (em valores, dnheiro) no novo acordo, que passaram a restringir a livre importação - porque o que ocorria era que a maior parte dos modelos trazidos para o Brasil com o selo "Hecho en Mexico" eram na verdade feitos nos EUA, atravessavam a fronteira mexicana sem nenhum problema (nem tributação de qualquer tipo graças ao acordo Nafta) e vinham pro Brasil beneficiados com gorda isenção de imposto concebida e destinada à estimular a economia via produção no país-irmão emergente. Mas, da forma como estava, não gerava emprego nem prosperidade alguma à economia mexicana - só aos EUA.
A coisa era tão descarada que a aliança Nissan/Renault (com plantas no México) estudava seriamente transferir a fábrica para os EUA - pois fazer carros em solo mexicano é mais caro que aqui e na América do Norte (além de ser uma iniciativa empresarial de alto risco, pela turbulência social de lá, que é consequencia de um embate entre a polícia/exército mexicanos e o crime organizado dos cartéis de narcotráfico).
Safadinhos...
Do Carsale / UOL
Matéria "malandra" na Carsale/UOL
Repotagem mente para defender acordo anterior com o México que permitia a importação de carros produzidos nos EUA sem imposto
Esta matéria na Carsale/UOL (Produzir carro no Brasil custa o mesmo que nos EUA) é resultado direto do novo acordo automotivo Brasil-México e suas mudanças. É uma tentativa (no mínimo) capciosa de dizer que a tributação daqui é alta, o tal do "Custo Brasil" é uma realidade, etc. - e que o governo precisa desonerar mais o setor.
p>Ah, então é mais barato fazer lá? Então perguntem à Ford ou GM se eles topam desmobilizar suas plantas aqui e montar lá em Detroit! A resposta a essa indagação seria um sonoro "Não". Claro: aqui toda a cadeia de fornecimento é barata, a mão-de-obra idem, os encargos trabalhistas beeem menores que os estadunidenses e o custo da energia e matérias-primas, absurdamente mais em conta - sem contar que nosso mercado automotivo propicia às montadoras (na rede de varejo) as maiores margens de lucro do mundo na venda de veículos zero quilômetro (entre 200% e 300%).
"Hecho en Mexico" - a grande mentira
Mas, então, qual seria o objetivo da reportagem - insidiosa e nitidamente em defesa do setor corporativo transnacional? Simples: fazer o Governo Federal rever os limites impostos (em valores, dnheiro) no novo acordo, que passaram a restringir a livre importação - porque o que ocorria era que a maior parte dos modelos trazidos para o Brasil com o selo "Hecho en Mexico" eram na verdade feitos nos EUA, atravessavam a fronteira mexicana sem nenhum problema (nem tributação de qualquer tipo graças ao acordo Nafta) e vinham pro Brasil beneficiados com gorda isenção de imposto concebida e destinada à estimular a economia via produção no país-irmão emergente. Mas, da forma como estava, não gerava emprego nem prosperidade alguma à economia mexicana - só aos EUA.
A coisa era tão descarada que a aliança Nissan/Renault (com plantas no México) estudava seriamente transferir a fábrica para os EUA - pois fazer carros em solo mexicano é mais caro que aqui e na América do Norte (além de ser uma iniciativa empresarial de alto risco, pela turbulência social de lá, que é consequencia de um embate entre a polícia/exército mexicanos e o crime organizado dos cartéis de narcotráfico).
Safadinhos...
Do Carsale / UOL
Produzir carro aqui custa o mesmo que nos EUA
Pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers revela que o custo de manufatura de um modelo compacto brasileiro está em torno de US$ 1,4 mil, contra US$ 400 na China
Carsale - Estudo realizado pela PricewaterhouseCoopers (PwC) aponta que o custo para produzir um carro pequeno no Brasil é igual ao dos Estados Unidos e do Japão, o que acarreta perda de competitividade dos produtos nacionais, levando os fabricantes locais a se voltar exclusivamente para o mercado interno e a descartar o país como plataforma de exportação, informa o jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com os dados da consultoria, o custo de manufatura de um modelo compacto no país gira em torno de US$ 1,4 mil, valor equivalente ao dos EUA e Japão. No México, é de US$ 600, na Tailândia de US$ 500 e na China de US$ 400. O Brasil só é mais barato que a Europa Ocidental, especialmente Alemanha e Reino Unido, onde esse valor sobe para US$ 1,8 mil.
Segundo Dietmar Ostermann, líder global para a área automotiva da PwC, entrevistado por Cleide Silva, o custo de montagem inclui basicamente mão de obra, material indireto, energia e água e tem peso de 20% no processo produtivo total. O peso maior é o de materiais e componentes, que representam 60% do custo total, que têm um peso muito alto no Brasil porque os fornecedores enfrentam o mesmo efeito em cascata de impostos, além de mão de obra e matéria-prima caras. Para o consultor, construir uma fábrica aqui custa mais que nos EUA e na Europa.
De acordo com Ostermann, montadoras americanas associadas a chinesas levam em média 15 horas a 19 horas para produzir um automóvel. No Brasil, são necessárias de 26 a 30 horas, considerando o mesmo nível de automação da fábrica e do produto.
O diretor da PwC afirma que o Brasil atrai montadoras porque é atualmente (de acordo com dados de 2011) o quarto maior em vendas do mundo e tem um mercado interno com grande potencial de crescimento: aqui há uma relação de sete habitantes por veículo, enquanto nos mercados mais desenvolvidos é de um a dois por habitante. “As empresas vêm para o Brasil porque não têm outra opção”, afirmou
De acordo com os dados da consultoria, o custo de manufatura de um modelo compacto no país gira em torno de US$ 1,4 mil, valor equivalente ao dos EUA e Japão. No México, é de US$ 600, na Tailândia de US$ 500 e na China de US$ 400. O Brasil só é mais barato que a Europa Ocidental, especialmente Alemanha e Reino Unido, onde esse valor sobe para US$ 1,8 mil.
Segundo Dietmar Ostermann, líder global para a área automotiva da PwC, entrevistado por Cleide Silva, o custo de montagem inclui basicamente mão de obra, material indireto, energia e água e tem peso de 20% no processo produtivo total. O peso maior é o de materiais e componentes, que representam 60% do custo total, que têm um peso muito alto no Brasil porque os fornecedores enfrentam o mesmo efeito em cascata de impostos, além de mão de obra e matéria-prima caras. Para o consultor, construir uma fábrica aqui custa mais que nos EUA e na Europa.
De acordo com Ostermann, montadoras americanas associadas a chinesas levam em média 15 horas a 19 horas para produzir um automóvel. No Brasil, são necessárias de 26 a 30 horas, considerando o mesmo nível de automação da fábrica e do produto.
O diretor da PwC afirma que o Brasil atrai montadoras porque é atualmente (de acordo com dados de 2011) o quarto maior em vendas do mundo e tem um mercado interno com grande potencial de crescimento: aqui há uma relação de sete habitantes por veículo, enquanto nos mercados mais desenvolvidos é de um a dois por habitante. “As empresas vêm para o Brasil porque não têm outra opção”, afirmou
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