O barril de petróleo Brent beirando € 100

Por Paulo F.
Do Expresso
Preço do Brent em máximo histórico
O petróleo de referência na Europa está em 94,55 euros por barril. Analistas temem um "choque" petrolífero regional. Rumores de uma explosão num oleoduto saudita aquecem o preço
Jorge Nascimento Rodrigues
O barril de petróleo da variedade Brent atingiu hoje um novo máximo histórico no contravalor em euros,estando em €94,55, segundo dados do site finanzen.ch para as 22H30 (hora de Portugal). Um valor superior aos 93,89 euros atingidos no verão quente de 2008, quando o barril de Brent fechou em 147,5 dólares a 3 de julho. Na semana passada, a 24 de fevereiro, fechara em €93,25, já próximo do máximo de 2008.
p class="newsP">Uma notícia dada hoje, em inglês, pela Press TV iraniana, de que teria ocorrido hoje uma explosão num oleoduto na Arábia Saudita, apesar de logo desmentida pelos sauditas, foi o suficiente para manter elevada a especulação nos preços quer do barril de Brent como da variedade norte-americana WTI.
O valor em dólares (o valor de cotação desta mercadoria nos mercados internacionais) para o barril de Brent está em 126,36, segundo dados da Bloomberg ao final da noite. A diferença entre o verão quente de 2008 e hoje é o câmbio, com o euro valendo menos dólares.Tendo fechado 2011 abaixo dos 110 dólares por barril, o preço do barril de Brent tem vindo a subir consistentemente este ano. Na terceira semana de fevereiro ultrapassou a barreira dos 120 dólares e desde essa altura não deixou de subir.
À espera do limiar dos 100 euros por barril 
Os analistas deste mercado seguem, agora, as oscilações destes preços do barril de Brent, escrutinando o momento em que ultrapasse o limiar dos 100 euros (o que equivalerá a um patamar acima de 130 dólares).
Em virtude da diferença cambial atual, a zona euro corre o risco de sofrer um "choque petrolífero" regional, com os preços do barril de Brent no contravalor em euros muito acima dos máximos de 2008, quando ocorreu uma dupla situação: um choque petrolífero na primeira metade do ano e um contrachoque, com uma queda brutal do preço do barril, na segunda metade do ano que viria a assistir, em simultâneo, ao pico da crise financeira global.
Esta subida desde a terceira semana de fevereiro deriva da incerteza sobre três produtores do Magrebe e do Médio Oriente: Irão (que tomou a iniciativa de cortar as exportações de petróleo para os maiores importadores da União Europeia, em resposta ao aprazado embargo), Iraque (continua a ser um terreno incerto para as companhias petrolíferas) e Líbia (com o risco de divisão do país), refere-nos Luís de Sousa, do blogue "The Oil Drum". No caso do Irão, julho será o mês decisivo para se avaliar o efeito das sanções ao Irão que entrarão em vigor e a resposta de Teerão.