A mil dias da Copa, preso na pista do Galeão
Postado por jgodoy em
Passamos da barreira dos mil dias. Agora, como numa versão farsesca do “Livro das Mil e uma noites”, a cada dia recolheremos os relatos da preparação da Copa no Brasil. A menos de três anos, desembarco num domingo à noite no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o segundo maior do país. A companhia aérea entregou corretamente seu serviço. Saímos na hora marcada de Manaus, e aterrissamos como previsto. Sem turbulências aéreas, os problemas começam em terra. Estamos nos domínios da Infraero. Se a ausência de “fingers” está longe de ser uma surpresa em nossos aeroportos. A falta de estrutura mínima para suprir o que é uma deficiência mais que conhecida, torna-se um fiasco de gestão. Aviões parados, com passageiros aguardando transporte para a área de desembarque, é uma realidade cada vez mais comum. Ontem foram quinze, vinte minutos. Parece pouco, mas não é. O tempo corresponde a um terço de uma ponte-aérea. E um acúmulo de desperdícios que se multiplicam exponencialmente: de tripulações que trabalham mais do que o previsto a atrasos de passageiros que buscam conexões. Estamos num final de domingo comum, no segundo maior aeroporto do país. A mil dias da Copa. Nossa Sherazade já começa a ficar afônica com tantas mentiras.
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