terça-feira, 20 de dezembro de 2011

.O spray que contém "hormônio do amor"


Enviado por luisnassif, ter, 20/12/2011 - 11:00

Por wilson yoshio.blogspot

Do O Globo



‘Hormônio do amor’ pode ajudar no tratamento da timidez



Pesquisa usou oxitocina em cem voluntários que aplicavam substância por um spray nasal



RIO - Pesquisadores de Concordia University, no Canadá, liderados pelo especialista Mark Ellenbogen, acabam de constatar que a oxitocina, substância produzida em grandes quantidades durante a gravidez e também conhecida como o “hormônio do amor”, se aplicada por um spray nasal, pode ajudar uma pessoa tímida a se sentir mais extrovertida.



- O estudo é o primeiro a constatar que o hormônio torna as pessoas mais abertas, sociáveis e melhora a autopercepção quando se está na companhia de outras pessoas - disse Ellebogen ao site do jornal espanhol "El Mundo".



p>A oxitocina é uma substância que atua como neurotransmissor. Além de estar relacionada aos padrões sexuais, nas mulheres é liberada em grandes quantidades durante o parto, e em resposta à estimulação do mamilo durante a amamentação.



“Nas últimas duas décadas, o hormônio ganhou reconhecimento por seus efeito sobre o comportamento social dos animais. Desde que se soube que a administração de neurolépticos aumenta seus níveis no líquido cefalorraquidiano, aumentou o interesse científico pelas manipulações experimentais da oxitocina em humanos. A literatura prévia constatou que o hormônio facilita as interações positivas, melhora a cooperação, o altruísmo e a confiança em uma variedade de contextos experimentais”, reconhecem os autores da pesquisa na última edição do "Psychopharmacology".



Os cientistas ainda desconhecem o mecanismo pelo qual a substância facilita a conduto pró-social, ainda que uma hipótese compartilhada é a que aponta que ela "altera a forma como os sinais sociais no entorno externo são processados, codificados e interpretados”.



Os pesquisadores realizaram uma investigação com cem homens e mulheres saudáveis com idade entre 18 e 35 anos, que não tinham antecedentes de doença psiquiátrica, patologias físicas, nem tomavam medicação. Também não tinham histórico de consumo de drogas, tabagismo ou gravidez. Finalmente, os participantes foram designados a receber 24 unidades de spray de oxitocina, que eles mesmos administraram, assim como um placebo. Após 50 minutos, foram submetidos a uma série de questionários capazes de avaliar seus estados de espírito - extrovertidos, abertos a novas experiências, amáveis e diligentes, entre outras coisas - e suas conversas com outras pessoas. Registraram, além disso, como se sentiam dez minutos antes da administração do remédio ou do placebo e em várias ocasiões depois da ingestão - 65, 80 e 90 minutos.



Os dados revelam que os "participantes que se autoadministraram a oxitocina intranasal tiveram níveis maiores de extroversão e de abertura a novas experiências que aqueles que receberam um placebo. De concreto, o hormônio, amplia traços de personalidade como a qualidade, a confiança, o altruísmo e a abertura a novas experiências. A oxitocina facilita o comportamento social, mudando a forma como você se percebe. Se você se vê mais extrovertido e confiante, provavelmente será mais propenso a agir desta maneira nas situações sociais", analisa o coordenador da pesquisa.



Um aspecto positivo do tratamento é que "não existem efeitos secundários, a não ser um pouco de irritação nasal em uma pequena porcentagem de pessoas. No entanto, ainda não sabemos se há efeitos colaterais associados ao uso crônico", esclarece na publicação.



Apesar de tudo, o especialista acredita que "os resultados proporcionam uma pista importante sobre a neurobiologia do comportamento social", escreve: "Trata-se de um estudo interessante que traz dados importantes, ainda que se deva continuar trabalhando neste campo para estabelecer que dose é necessária, quanto tempo e que efeitos colaterais tem", completa.



O doutor Ellenbogen e sua equipe agora estão "interessados no estudo da forma como age o hormônio nos transtornos psiquiátricos que se caracterizam por problemas de comportamento social, como a depressão ou a fobia social. Ainda é pouco provável que se chegue a converter num tratamento único, pode servir como terapia complementar aos remédios e à psicoterapia. Isso é falar do futuro, porque é preciso muito mais estudo antes que possamos avançar neste campo", conclui.



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