Resenha do livro '1943 – Roosevelt e Vargas em Natal'
Enviado por luisnassif, sex, 04/05/2012 - 14:21
Por Andre
Araujo
Livro novo do jornalista Roberto Mylaert, historia do famoso encontro entre os dois Presidentes dos maiores paises das Americas que selou a participação direta do Brasil na guerra na Europa. Roosevelt vinha da Conferencia de Casablanca, com Churchill e De Gaulle, que estabeleceu as condições de rendição aceitaveis, ja antevendo o fim do conflito, porque 1943 foi o ano da virada dos ventos a favor doas Aliados. A condição de "rendição sem condições" das potencias do Eixo foi a decisão principal de Casablanca. O Clipper aonde viajava Roosevelt tinha que fazer uma parada obrigatoria em Natal para reabastecimento e foi o local natural e ideal para o encontro dos dois Chefes de Estado, encontro meio improvisado porque não longamente planejado. Havia grande preocupação em comum com a intensa atividade dos submarinos alemães no Atlantico Sul e no encontro de Natal foram establecidas ações combinadas entre as Marinhas do Brasil e dos EUA, bem como do patrulhamento aereo. A Força Aerea Brasileira tinha sido criada em 1941 e seu batismo foi a rastreadura de submarinos na costa brasileira, lembrando quem 1942 em uma unica noite cinco navios mercantes brasileiros foram afundados no litoral da Bahia e de Sergipe, com grande perda de vidas, por um unico submarino alemão.
A Base de Natal, ponto do Brasil mais proximo da Africa, foi centro fundamental de operações aereas no Atlantico Sul, alem de ponte de reabastecimento para os aviões americanos na rota da Africa do Norte, sendo Recife a base de operações navais. A grande presença de militares americanos em Natal e Recife mudou a vida das cidades e selou forte ambiente de cooperação entre os dois Paises. Pode-se dizer que essas duas implantações foram o inicio da entrada da cultura popular americana no Brasil, que até então se vinculava mais à Europa.
Não está no livro mas outra frente de cooperação foi a campanha da borracha centrada em Manaus
aonde se estabeleceu a Rubber Development Corporation, agencia do governo americano para comprar borracha, visto que as plantações inglesas da Malasia tinham sido ocupadas pelos japoneses. A Rubber abriu grandes armazens em Manus e lá instalou o primeiro supermercado operado no Brasil, abastecido por aviões diarios que vinham de Miami com alimentos, medicamentos,
ferramentas, querosene, lamparinas, artigos de higiene e limpeza.
O livro tem grande numero de boas fotografias e trata de aspectos familiares dos Vargas, como o casamento de Lutero, filho de Getulio, com uma linda moça alemã, mostra belas recepções aonde a elite brasileira recepcionou Roosevelt, a elegancia dos Vargas, o Brasil em grande estilo, fala tambem de Getulinho, outro filho de Getulio, tambem a doença de Roosevelt é tratada discretamente.
Trata tambem à coté do papel especial de Oswaldo Aranha, figura-chave para entender o periodo e homem central da colaboração do Brasil com o campo dos Aliados, lutando contra os germanofilos da corte de Getulio.
Um belo livro, como sempre a Sgunda Guerra é fonte inesgotavel de novas interpretações e angulações, nos ultimos 10 anos cerca de 1.300 livros por ano são lançados no mundo tendo como tema a Segunda Guerra.
Alem disso, leitura agradavel, Muylaert escreve bem e tem um estilo leve e conciso, recomendo..
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