O discurso de Dilma defendendo a redução tarifária
Enviado por luisnassif, sex, 07/12/2012 - 13:53
Por Oswaldo Alves
A posição de Dilma em relação aos "não colaboradores" da redução do custo da energia no Brasil
São 8 minutos nos quais a presidente esclarece o esforço do governo e concentra suas críticas.
Nós somos um dos países que temos de ter a energia elétrica mais barata do mundo, uma das mais baratas do mundo. E não temos , mas não temos, mas a boa notícia é que podemos ter, podemos caminhar para isso.
E o governo deu um passo. Não pensem que é o maior passo. Ainda tem muita energia hidrelétrica que vai vencer no futuro. Nós demos um passo pequeno – 22 ou 23% da geração -, na transmissão até foi um passo maior – deve estar em torno de uns 65, 66%, por aí.
Então, neste primeiro passo, nós queríamos... nós fizemos uma proposta de reduzir o preço da energia elétrica. Essa proposta não foi feita com o chapéu alheio. Esse chapéu que nós estamos usando é de todos os brasileiros, porque é deles que é a energia elétrica, eles pagaram por isso.
Nós não estamos tirando de ninguém. É um equívoco. Nós estamos é devolvendo, até tributo nós estamos devolvendo. Quando nós devolvemos RGR e quando nós devolvemos a CDE, é porque nós fizemos o Luz para Todos.
Foi um... nós fizemos o Luz para Todos e estamos ali naquele limite que é o limite de quando vocês chega na universalização. Nós já temos, nós já vemos que vai acabar, e que, daqui para frente, os investidores das empresas serão obrigados a cumprir o resto - o que hoje já fazem na área urbana poderão fazer na área rural.
Então, o que nós estamos fazendo é: nós estamos devolvendo aquilo que nos foi dado. Pelo contrário, nós não estamos fazendo... ninguém está fazendo graça com o chapéu alheio. Estamos devolvendo a quem de direito.
E por isso a prorrogação hoje dos contratos não seria adequada para o país. O país precisa de energia mais barata, precisa para as indústrias, precisa para as empresas comerciais, enfim, precisa para todos, inclusive para as famílias.
Por isso, o que nós estamos fazendo é reduzir, naquela proporção que enviamos para o Congresso, a conta da luz, que é, no caso das empresas, no caso maior, de maior uso intensivo, chega a 28%; no caso das famílias, em média, chegaria a 16%.
Nós tivemos não colaboradores nessa missão. E quando você tem não colaboradores, os não colaboradores deixam no seu rastro uma falta de recursos. Essa falta de recursos vai ser bancada pelo governo federal, pelo Tesouro do governo federal. Agora, a responsabilidade por não ter feito isso é de quem decidiu não fazer. Não há possibilidade de tergiversar. Quem não foi capaz de perceber que o Brasil tem hora para tudo. Tem hora para a gente não prorrogar e tem hora para a gente prorrogar. A hora de prorrogar passou. Agora é a hora de devolver. E por isso, nós iremos devolver.
Eu quero destacar aqui que o governo federal fará um imenso esforço. Não é...não é trivial. Por que não é trivial? Porque junto com esse esforço nós estamos reduzindo, nós estamos reduzindo tributação, alterando para a folha de pagamento, reduzindo IPI aqui. E, portanto, nós temos pressão. Não é trivial.
Nós vamos fazer esse esforço porque nós temos compromisso com este país, compromisso com a competitividade deste país. E por isso, faz parte dessa medida de hoje, dos portos. Portos, conjuga com ferrovia e rodovia, conjuga com redução dos tributos, conjuga com redução de juro, com melhoria do ambiente competitivo no Brasil e conjuga com redução de energia elétrica.
Eu quero dizer para vocês que nós assumimos, quando assumimos o governo, assumimos a responsabilidade com o país, com a sua indústria, com a sua agricultura, com o setor de serviços, com os mais pobres. E isso é simultâneo. Nós não assumimos compromisso só com um ou só com outro. Nós assumimos compromisso com todos.
E por isso eu quero dizer a vocês: nós temos feito um grande esforço. Eu acredito que temos um grande impulso nessa parceria, governo e iniciativa privada. Eu estou certa disso. Eu acho que nós temos uma diferença em relação a muitos países. Nós temos um setor empresarial que sobreviveu a todas as intempéries. E nós sabemos quantas intempéries ocorreram ao longo dos últimos 20 anos.
Eu tenho certeza que nós vivemos uma outra fase e que nós juntos podemos ter um marco regulatório mais amigável, mas ao mesmo tempo bem claro nas suas regras e que não deixa margem a que se possa usar indevidamente os recursos privados e públicos deste país. E tenho certeza que todos nós queremos que ele seja uma contribuição do país à sua população.
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