Enviado por Míriam Leitão - 1.12.2011
14h30m
NA CBN
Política eficiente é aquela que reduz o Custo Brasil
O governo voltou a estimular o consumo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje uma série de medidas; algumas fazem sentido, outras podem não ter o efeito esperado e, na minha opinião, tem uma que é muito ruim. Os exportadores receberão um dinheiro do governo, terão direito à devolução de até 3% do valor exportado (Reintegra).
Esse tipo de medida já vigorou no passado - era chamada "crédito-prêmio do IPI", mas de tão absurda, foi derrubada. Representa uma transferência de renda da sociedade brasileira para os exportadores - só em dezembro, serão R$ 372 milhões. Ao longo do ano, R$ 4,5 bi de renúncia fiscal.
Com isso, o governo está pagando para eles exportarem manufaturas. É uma medida que causa reação dos competidores, pode ter ação na OMC de outros países. É ruim como estímulo porque atende ao lobby da forma mais explícita possível. Era preferível desonerar do que dar um dinheiro na mão do exportador.
Gosto da medida que prevê redução do IOF sobre as operações de crédito. Tinha subido quando o país estava crescendo fortemente, mas agora caiu de 3% para 2,5%. Poderia ter sido um corte até maior, dependendo da modalidade de crédito. O custo dos empréstimos é muito alto no Brasil.
O governo também zerou o IOF sobre investimento estrangeiro em ações. Como as bolsas estão caindo, não faz mesmo sentido taxar o investidor que vem aplicar em ações. O investimento em títulos com maios de 4 anos, vindo de capital estrangeiro, também terá IOF zerado. Achei essa medida inteligente. Já que os investidores querem aproveitar os nossos juros, que apliquem em títulos de longo prazo.
Reduzir impostos sobre bens de consumo duráveis, massas, é atender a setores específicos. Gosto de medidas horizontais que melhoram a eficiência da economia e que não representam o atendimento de lobbies.
Não são boas medidas, na minha opinião, mas o atual governo e o passado gostam muito delas, de atender determinados setores. Para mim, política industrial boa é a que reduz o Custo Brasil, investe em educação, porque precisamos de pessoas qualificadas para esse momento desafiador da economia mundial.
Seria melhor pensar na redução da carga tributária, dos impostos que incidem sobre a folha salarial. Aí, quem for competente vai decolar, aproveitando-se da redução do Custo Brasil.
14h30m
NA CBN
Política eficiente é aquela que reduz o Custo Brasil
O governo voltou a estimular o consumo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje uma série de medidas; algumas fazem sentido, outras podem não ter o efeito esperado e, na minha opinião, tem uma que é muito ruim. Os exportadores receberão um dinheiro do governo, terão direito à devolução de até 3% do valor exportado (Reintegra).
Esse tipo de medida já vigorou no passado - era chamada "crédito-prêmio do IPI", mas de tão absurda, foi derrubada. Representa uma transferência de renda da sociedade brasileira para os exportadores - só em dezembro, serão R$ 372 milhões. Ao longo do ano, R$ 4,5 bi de renúncia fiscal.
Com isso, o governo está pagando para eles exportarem manufaturas. É uma medida que causa reação dos competidores, pode ter ação na OMC de outros países. É ruim como estímulo porque atende ao lobby da forma mais explícita possível. Era preferível desonerar do que dar um dinheiro na mão do exportador.
Gosto da medida que prevê redução do IOF sobre as operações de crédito. Tinha subido quando o país estava crescendo fortemente, mas agora caiu de 3% para 2,5%. Poderia ter sido um corte até maior, dependendo da modalidade de crédito. O custo dos empréstimos é muito alto no Brasil.
O governo também zerou o IOF sobre investimento estrangeiro em ações. Como as bolsas estão caindo, não faz mesmo sentido taxar o investidor que vem aplicar em ações. O investimento em títulos com maios de 4 anos, vindo de capital estrangeiro, também terá IOF zerado. Achei essa medida inteligente. Já que os investidores querem aproveitar os nossos juros, que apliquem em títulos de longo prazo.
Reduzir impostos sobre bens de consumo duráveis, massas, é atender a setores específicos. Gosto de medidas horizontais que melhoram a eficiência da economia e que não representam o atendimento de lobbies.
Não são boas medidas, na minha opinião, mas o atual governo e o passado gostam muito delas, de atender determinados setores. Para mim, política industrial boa é a que reduz o Custo Brasil, investe em educação, porque precisamos de pessoas qualificadas para esse momento desafiador da economia mundial.
Seria melhor pensar na redução da carga tributária, dos impostos que incidem sobre a folha salarial. Aí, quem for competente vai decolar, aproveitando-se da redução do Custo Brasil.
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