Enviado por Míriam Leitão - 2.12.2011
10h00m
NA CBN
União fiscal faz sentido, mas caminho pela frente é longo
O sonho da Alemanha é criar uma união fiscal na zona do euro. Até agora, Merkel disse não às propostas que surgiram para tentar resolver a crise, como a de emissão de eurobônus e de maior atuação do BCE.
O caminho, segundo ela, seria a união fiscal, ou seja, os países teriam de fazer um ajuste, perseguir os mesmos parâmetros fiscais - ter no máximo 60% de dívida/PIB e 3% de déficit público.
Pela declaração de Merkel, parece simples. Ela disse que os países europeus estão a ponto de criar uma união fiscal com uma supervisão rigorosa para enfrentar a crise da dívida.
Mas na verdade, não é, porque são 17 países com situações diferentes e tudo terá de passar pelos parlamentos.
Além disso, significa ter um poder central muito forte na federação dos países que usam a mesma moeda, e hoje não é assim.
Ou seja, decisões que normalmente são tomadas pelos países sofrerão interferência direta desse poder supranacional.
Os países europeus têm regimes previdenciários completamente diferentes - na Alemanha, aposenta-se mais tarde - e terão de fazer reformas.
A proposta de união fiscal da Alemanha faz sentido, mas haverá um caminho pedregoso até lá. Quem terá a mão forte é aquele que coloca mais dinheiro no fundo de estabilização (de resgate), ou seja a Alemanha, que mandaria mais.
Esse é o dilema que a Europa enfrenta agora. A Alemanha quer esse caminho, enquanto a França quer outro mais rápido, mas que talvez não seja sustentável.
10h00m
NA CBN
União fiscal faz sentido, mas caminho pela frente é longo
O sonho da Alemanha é criar uma união fiscal na zona do euro. Até agora, Merkel disse não às propostas que surgiram para tentar resolver a crise, como a de emissão de eurobônus e de maior atuação do BCE.
O caminho, segundo ela, seria a união fiscal, ou seja, os países teriam de fazer um ajuste, perseguir os mesmos parâmetros fiscais - ter no máximo 60% de dívida/PIB e 3% de déficit público.
Pela declaração de Merkel, parece simples. Ela disse que os países europeus estão a ponto de criar uma união fiscal com uma supervisão rigorosa para enfrentar a crise da dívida.
Mas na verdade, não é, porque são 17 países com situações diferentes e tudo terá de passar pelos parlamentos.
Além disso, significa ter um poder central muito forte na federação dos países que usam a mesma moeda, e hoje não é assim.
Ou seja, decisões que normalmente são tomadas pelos países sofrerão interferência direta desse poder supranacional.
Os países europeus têm regimes previdenciários completamente diferentes - na Alemanha, aposenta-se mais tarde - e terão de fazer reformas.
A proposta de união fiscal da Alemanha faz sentido, mas haverá um caminho pedregoso até lá. Quem terá a mão forte é aquele que coloca mais dinheiro no fundo de estabilização (de resgate), ou seja a Alemanha, que mandaria mais.
Esse é o dilema que a Europa enfrenta agora. A Alemanha quer esse caminho, enquanto a França quer outro mais rápido, mas que talvez não seja sustentável.
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