Serra foge da rejeição a Kassab e muda discurso
Enviado por luisnassif, dom, 29/07/2012 - 15:09
Do Estadão
Rejeição a Kassab faz Serra abandonar discurso da ‘continuidade’ na campanha
Para não ir na contramão do eleitorado, que desaprova a atual gestão, candidato tucano à Prefeitura passa a reconhecer falhas que precisam ser corrigidas na cidade e vai usar TV para mostrar projetos tocados quando era prefeito e governador
Evelson de Freitas/AE-6/6/2012
Serra não gostou quando Kassab se deu nota 10
A equipe de José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo decidiu evitar uma campanha de “continuidade” em relação ao prefeito Gilberto Kassab (PSD), seu aliado. Diante da avaliação negativa da atual gestão pelos paulistanos, a propaganda eleitoral do tucano na TV deve apresentar sua própria experiência administrativa como solução para os problemas do município.
O tucano admite publicamente a existência desses problemas e pretende apresentar um rol de realizações passadas para convencer os eleitores de que ele “é o melhor nome” para resolvê-los.
Na prática, Serra não vai se descolar do prefeito - que assumiu o cargo em 2006, quando o tucano renunciou para disputar o governo do Estado - e vai manter a defesa da atual administração. No entanto, vai se apresentar como um gestor com um estilo próprio de governar e capaz de lançar “projetos inovadores”.
O tucano admite publicamente a existência desses problemas e pretende apresentar um rol de realizações passadas para convencer os eleitores de que ele “é o melhor nome” para resolvê-los.
Na prática, Serra não vai se descolar do prefeito - que assumiu o cargo em 2006, quando o tucano renunciou para disputar o governo do Estado - e vai manter a defesa da atual administração. No entanto, vai se apresentar como um gestor com um estilo próprio de governar e capaz de lançar “projetos inovadores”.
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“O fato é o seguinte: eu estou sendo candidato para resolver problemas. Os problemas estão aí, existem”, disse o candidato em entrevista à TV Bandeirantes na última segunda-feira.
Com esse discurso, Serra vai tentar evitar ficar na contramão do eleitorado paulistano, que atribuiu nota 4,4 à gestão de Kassab em pesquisa divulgada na semana passada pelo Datafolha.
Nota dez. No início do mês, o tucano se irritou quando o prefeito deu “nota dez” à própria gestão. A interlocutores Serra disse que o autoelogio era uma “estupidez” que abriu espaço para críticas de opositores.
Embora desembarque do discurso da continuidade, a campanha não apontará falhas da atual administração ou problemas do município. O foco da TV estará sobre as realizações de Serra na Prefeitura (2005-2006) e no governo do Estado (2007-2010).
Em vez de exibir imagens de regiões que sofrem com enchentes, por exemplo, como costumam fazer candidatos de oposição, o programa apresentará projetos de canalização de córregos lançados por Serra.
Autoria. As obras tocadas por Kassab terão espaço durante a campanha, mas o objetivo é manter a defesa da atual gestão sem personalizar seu governo.
“Trata-se de uma proposta de continuidade do que o próprio Serra já fez. Não há necessidade de personalizar a gestão Kassab”, disse reservadamente um colaborador do candidato tucano.
Pesquisas conduzidas pelo PSDB revelam que os eleitores rejeitam a figura de Kassab, apesar de avaliarem como positivas algumas realizações de seu governo, como a Lei Cidade Limpa e o combate ao comércio ambulante irregular.
Discretamente, Serra vem assumindo um discurso de independência em relação ao prefeito. Nas últimas semanas, trocou o plural que refletia uma única gestão (“nós fizemos”) pelo singular que marca uma imagem de liderança (“eu fiz” e “eu criei”).
“Eu fui eleito (em 2004). O Kassab era vice e completou minha gestão. Depois, ele se reelegeu por conta própria e fez seu mandato, mas permaneceu na linha que nós tínhamos fixado”, disse Serra a candidatos a vereador na semana passada.
O discurso da continuidade foi um dilema nas duas eleições presidenciais que Serra disputou. Em 2002, candidato à sucessão do governo mal avaliado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), escondeu o aliado e adotou como slogan a frase “continuidade sem continuísmo”. Em 2010, foi o principal candidato de oposição ao PT, mas tentou até colar sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bastidores. Até agora, Kassab tem atuado principalmente nos bastidores: costurou a adesão de partidos à coligação, mobiliza cabos eleitorais e participa de eventos fechados com empresários.
Em entrevista publicada ontem pelo Estado, o prefeito admitiu que não vai aparecer na propaganda de rádio e TV. No entanto, deve participar de eventos de campanha em locais fechados.
Por sua vez, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), já foi visto ao lado de Serra em dois eventos desde o início do mês. Embora enfrente críticas na área de segurança, Alckmin tem boa avaliação nas pesquisas e sua imagem é usada para destacar uma eventual parceria entre os dois caso Serra seja eleito.
“O fato é o seguinte: eu estou sendo candidato para resolver problemas. Os problemas estão aí, existem”, disse o candidato em entrevista à TV Bandeirantes na última segunda-feira.
Com esse discurso, Serra vai tentar evitar ficar na contramão do eleitorado paulistano, que atribuiu nota 4,4 à gestão de Kassab em pesquisa divulgada na semana passada pelo Datafolha.
Nota dez. No início do mês, o tucano se irritou quando o prefeito deu “nota dez” à própria gestão. A interlocutores Serra disse que o autoelogio era uma “estupidez” que abriu espaço para críticas de opositores.
Embora desembarque do discurso da continuidade, a campanha não apontará falhas da atual administração ou problemas do município. O foco da TV estará sobre as realizações de Serra na Prefeitura (2005-2006) e no governo do Estado (2007-2010).
Em vez de exibir imagens de regiões que sofrem com enchentes, por exemplo, como costumam fazer candidatos de oposição, o programa apresentará projetos de canalização de córregos lançados por Serra.
Autoria. As obras tocadas por Kassab terão espaço durante a campanha, mas o objetivo é manter a defesa da atual gestão sem personalizar seu governo.
“Trata-se de uma proposta de continuidade do que o próprio Serra já fez. Não há necessidade de personalizar a gestão Kassab”, disse reservadamente um colaborador do candidato tucano.
Pesquisas conduzidas pelo PSDB revelam que os eleitores rejeitam a figura de Kassab, apesar de avaliarem como positivas algumas realizações de seu governo, como a Lei Cidade Limpa e o combate ao comércio ambulante irregular.
Discretamente, Serra vem assumindo um discurso de independência em relação ao prefeito. Nas últimas semanas, trocou o plural que refletia uma única gestão (“nós fizemos”) pelo singular que marca uma imagem de liderança (“eu fiz” e “eu criei”).
“Eu fui eleito (em 2004). O Kassab era vice e completou minha gestão. Depois, ele se reelegeu por conta própria e fez seu mandato, mas permaneceu na linha que nós tínhamos fixado”, disse Serra a candidatos a vereador na semana passada.
O discurso da continuidade foi um dilema nas duas eleições presidenciais que Serra disputou. Em 2002, candidato à sucessão do governo mal avaliado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), escondeu o aliado e adotou como slogan a frase “continuidade sem continuísmo”. Em 2010, foi o principal candidato de oposição ao PT, mas tentou até colar sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bastidores. Até agora, Kassab tem atuado principalmente nos bastidores: costurou a adesão de partidos à coligação, mobiliza cabos eleitorais e participa de eventos fechados com empresários.
Em entrevista publicada ontem pelo Estado, o prefeito admitiu que não vai aparecer na propaganda de rádio e TV. No entanto, deve participar de eventos de campanha em locais fechados.
Por sua vez, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), já foi visto ao lado de Serra em dois eventos desde o início do mês. Embora enfrente críticas na área de segurança, Alckmin tem boa avaliação nas pesquisas e sua imagem é usada para destacar uma eventual parceria entre os dois caso Serra seja eleito.
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