BC do Japão muda política monetária

De O Globo.com

BC do Japão decide afrouxar política para garantir recuperação

Banco ampliou as compras de ativos em 10 trilhões de ienes

COM REUTERS
TÓQUIO - Os formuladores de política do Banco Central do Japão concordaram em afrouxar a política monetária em abril para garantir que a economia retome a recuperação, mas sinalizaram uma pausa ao reclamar de "equívocos" nos mercados, que teriam entendido que eles continuarão oferecendo estímulo monetário automaticamente até que uma inflação de 1% esteja próxima, mostrou a ata da reunião.
Na reunião de 27 de abril, o BC ampliou as compras de ativos em 10 trilhões de ienes (US$ 126 bilhões), oferecendo seu segundo estímulo em pouco mais de dois meses em uma demonstração de sua determinação para alcançar a meta de inflação de 1% determinada em fevereiro. Os formuladores de política do BC concordaram que a economia do Japão está gradualmente avançando para uma recuperação com a expectativa de que os preços ao consumidor subam como uma tendência, mostrou a ata da reunião divulgada nesta segunda-feira.
Mas eles decidiram agir para garantir que tal momento positivo na economia seja sustentado dadas as várias incertezas, como a chance de a tensão com a crise da dívida soberana da Europa provocar uma nova ata do iene, mostrou a ata.
"Membros compartilham a ideia de que as incertezas sobre as economias doméstica e internacional são altas, especialmente o efeito de desenvolvimentos internacionais incluindo de mercados financeiros e de commodities", mostrou a ata.
O afrouxamento monetário de abril seguiu-se a outro em fevereiro, quando o banco central determinou a meta de inflação de 1% e ampliou seu programa de compras de ativos em 10 trilhões de ienes. O BC adotou as medidas apesar de sinais de uma recuperação econômica e as justificou dizendo que elas têm o objetivo de mostrar sua determinação em derrotar a deflação, alimentando expectativas do mercado de que continuará a afrouxar esporadicamente até que a inflação de 1% esteja próxima.
Em um sinal de irritação, alguns membros do Conselho disseram que apesar de "várias especulações" no mercado, o BC tem que guiar a política à luz de seu objetivo de alcançar um crescimento econômico sustentável acompanhado de preços estáveis.
"Membros destacaram algum equívoco de que o BC continuará a elevar o tamanho de seu programa de compra de ativos automaticamente até que julgue que a inflação de 1 por cento esteja próxima", mostrou a ata.