sábado, 24 de setembro de 2011

O filho que não fiz hoje seria homem. Ele corre na brisa, sem carne, sem nome. As vezes o encontro, num encontro de nuvem. Apoia em meu ombro seu ombro nenhum. Interrogo meu filho, objeto de ar: em que gruta ou concha quedas abstrato? Lá onde eu jazia, responde-me o hálito, não me percebeste, contudo chamava-te como ainda te chamo (além do amor) onde nada, tudo aspira a criar-se. O filho que não fiz faz-se por si mesmo. (Carlos Drummond de Andrade)

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