domingo, 30 de outubro de 2011


Talvez não ser,

é ser sem que tu sejas,

sem que vás cortando

o meio dia com uma

flor azul,

sem que caminhes mais tarde

pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão

que, talvez, outros não verão

dourada,

que talvez ninguém

soube que crescia

como a origem vermelha da rosa,

sem que sejas, enfim,

sem que viesses brusca, incitante

conhecer a minha vida,

rajada de roseira,

trigo do vento,



E desde então, sou porque tu és

E desde então és

sou e somos...

E por amor

Serei... Serás...Seremos...



(Pablo Neruda)

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