Dropes eleitorais paulistanos

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Serra corre o risco de não estar entre os 2 primeiros por sua elevada rejeição, muito maior que para os demais. Pode nem ser o mais votado dos candidatos de perfil conservador. É o único mais claramente de oposição ao governo federal , o que não é vantagem no momento, nem tem o monopólio de identificação ao estadual. Eterno favorito para primeiro turno, pode repetir as experiências de Maluf e Marta em algumas das eleições recentes : ser a “vidraça” para todos e não agregar muito entre turnos. Mas conta com a experiência de vários cargos e candidaturas e pode usar o “recall” e o tempo de TV para se manter à tona.
Chalita depende do (3º) tempo de TV para tentar estar entre os 2 primeiros. É o “candidato de marca” no que se refere a religião, mas o partido “religioso” é o PRB (Russomano.) É o genérico no conservadorismo (original é Serra) e no dilmismo (Haddad). Também é “novo” (na idade, que já apareceu na inserção inicial), mas precisa arrancar algo como 4 ou 5% em cada frente e simultaneamente, o que é muito difícil.
Russomano, atualmente na dianteira, surpreende : pela imagem de renovação graças a já ter se posicionado assim em 2010; por ser muito conhecido mas com baixa rejeição; por ter herdado mais pontos de Netinho do que se esperaria; por ter se descolado de Maluf e ser forte em distritos tradicionalmente petistas. Como manterá tantas vantagens com apenas 2 minutos de TV?
Haddad está com apenas 64% de conhecimento, versus quase 100% de Serra e Russomano (Chalita = 66%). Deve crescer bastante com a campanha na televisão e com o apoio de Lula/Dilma. E contaria com os históricos 1/3 que o PT recebe no município de SP. Aqui é que há riscos para sua campanha: talvez já fosse razoável esperar mais que 10% para este momento. Além disso, o “pico” para o PT em SP pode ter passado, pois tanto 2004 como 2008 representaram decréscimos em relação à bem-sucedida campanha de 2000 (para a substituição, como agora, de prefeito também mal avaliado.) [gráfico 1] 
Esta eleição para São Paulo capital será mais disputada do que o costumeiro, há uma cunha que se formou entre os polos mais habituais. Será que o tempo na TV ajudará a decidir? Agora é esperar para ver quem desses serão os dois classificados para 2º turno... (que deverão ter pelo menos 20% das intenções de voto.)
Paulinho e Soninha declinaram lentamente dos 9% iniciais cada para os atuais 4 ou 5%. Reverter esse movimento é improvável e sua missão parece fazer vereadores para seus partidos. No caso de Giannazi, fazer o primeiro vereador na capital.
Faltaria analisar as pesquisas “espontâneas”, que foram chave para entender algumas eleições de 2010 com a circunstância de candidatos pouco conhecidos (como Dilma e Anastasia.) Talvez haja uma explicação – ou indicação de reversão - para o quase constante decréscimo naquilo que se convenciona chamar de “campo progressista”. A soma de intenções “estimuladas” de voto para PT/PCDB/PDT recuou de 24/26% no final de 2011 para os atuais 12/15%. Por seu turno, a soma de Serra/Chalita/Soninha/Russomano passou de 50% para 70%. [gráfico 2]
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