sábado, 6 de abril de 2013

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Paquistão: crimes de 'honra' mataram mil mulheres em 2012
 Enviado por luisnassif, sab, 06/04/2013 - 14:00
Por josé justino de souza neto

Nebulosa de Órion

Paquistão: crimes de 'honra' mataram aproximadamente mil mulheres em 2012    

Quase um milhar de mulheres morreram no ano passado no Paquistão por causa dos chamados 'crimes de honra', quase sempre perpetrados por seus próprios familiares, desvelou hoje um informa da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (Hrcp).

De acordo com o informe anual do organismo, 913 mulheres -99 delas menores de idade- faleceram neste tipo de incidente, ainda que o documento alerte de que o número pode ser maior já que se suspeita que muitos casos passam desapercebidos.
A maioria das vítimas, mais de 600, foram assassinadas após serem acusadas -geralmente sem provas- de manter relações sexuais fora do matrimônio, e quase 200 morreram por terem se casado sem o consentimento familiar.
Os assassinos foram em sua maioria familiares próximos, geralmente o marido, um irmão, ou o pai da vítima.
O informe repassa exaustivamente a situação dos direitos humanos no país e denuncia violações em diversos lugares, como os desaparecimentos forçados de pessoas nas das agências de segurança ou a violência contra as minorias religiosas.
"Mais além dos dados, o que nos preocupa muito são as tendencias, que são cada vez mais negativas", afirmou durante a apresentação do informe o secretário geral da HRCP e veterano defensor dos direitos civis naquele país, I. A Rehmán.
"2012 tem sido um ano em que nossa democracia ficou submetida a uma enorme pressão, com um poder judicial que tem tentado defender alguns direitos, mas que se viu obrigado a aceitar suas limitações", lamentou Rehmán.
Asma Jahangir, advogada que presidiu a Comissão e destacada ativista, atribuiu a má situação dos direitos humanos no Paquistão a "um ambiente" caracterizado pelo "mal governo do país" e pelo "peso de instituições não eleitas pelo povo".
"Vemos como não para de crescer a violência de todo tipo em nosso país", afirmou Jahangir, que denunciou que "o terrorismo baseado em explorar uma visão religiosa nutre-se de uma crescente religiosidade dos cidadãos".
"É hora de que assumamos também nossa responsabilidade em todo este problema", reclamou a ex-presidenta da HRCP, recordando que, por exemplo, muitos justificam o terrorismo no Pasquitão pelos ataques com aviões espiões dos EEUU.
"Muita gente tem morrido no Paquistão mais por causa dos ataques terroristas do que pelos 'drones'", lembrou Jahangir, e acrescentou  que "o terrorismo já existia no Paquistão muito antes dos aviões espiões".
As constantes denúncias de Jahangir contra o aparato de segurança do pais e contra o discurso integrista que permeia pela sociedade paquistanesa lhe valeu numerosas ameaças de morte, e no ano passado seu pessoal mais próximo alertou-lhe que se protegesse.
Apesar de tudo, Jahangir mostrou-se  otimista sobre o avanço dos direitos humanos no país, "já que ninguém pode parar as pessoas quando começam a reclamar seus direitos", e pôs como exemplo o progresso experimentado pelas mulheres nas últimas décadas.
(Con información de EFE)

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