sábado, 13 de abril de 2013


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As exigências da União Europeia com os vinhos de Israel
 Enviado por luisnassif, sab, 13/04/2013 - 15:30



Por ramalhino

Da Revista Adega

União Europeia exige que Israel informe em seus rótulos vinhos produzidos em assentamentos

Mais de 60 anos após a criação do Estado de Israel, o conflito entre judeus e palestinos parece estar longe do fim. Além das questões políticas e religiosas, os povos também travam lutas pelo controle de regiões do Oriente Médio, que, ao que parece, chegaram à produção de vinhos.

Isso porque a Cisjordânia, território que, de acordo com a Resolução 181 das Nações Unidas, deveria integrar o Estado Palestino, foi tomada militarmente por Israel após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, a região está sob o domínio judeu e, há algum tempo, passou a ser um dos principais pólos produtores de vinho devido ao clima e solo favoráveis.

Contrariando expectativas, a União Europeia parece ter ouvido o clamor dos palestinos por seu território usurpado e decidiram ser mais rigorosos na compra de produtos cultivados na região, que são considerados ilegais sob a Lei Internacional. Para isso, o mercado comum europeu está exigindo que os vinhos da Cisjordânia produzidos sob a tutela do Estado de Israel deverão indicar nos rótulos "Produzido na Cisjordânia (produto de assentamento israelense)" ou "Produto israelense de territórios palestinos ocupados".

A decisão agradou a Palestina, que espera que os consumidores europeus deixem de consumir os produtos, como forma de "boicote econômico" semelhante ao que ocorreu durante o Apartheid. A intenção será permitir que os consumidores façam uma escolha consciente e não comprem tais produtos, assim como aconteceu com o quinto maior varejista do reino Unido, que anunciou que não compraria mais nada de fornecedores que fazem negócios nos assentamentos.

"A campanha de boicote é uma das nossas maiores esperanças agora. Os israelenses não farão nada a não ser que sejam pressionados pela opinião internacional. Os assentamentos são um projeto econômico muito rentável para eles. As coisas só irão mudar quando o custo disso for muito grande", diz Khalil Shahin, ativista da causa palestina.

Já os produtores israelenses estão desgostosos e são categóricos: "Isso é racismo puro", afirma Yaakov Berg, cuja família produz vinhos na Cisjordânia há mais de dez anos. "Dada a história da Europa com os judeus, isso é muito preocupante. Eu não matei ninguém para ter essa terra, eu paguei por ela e dou bons empregos aos palestino, pago três vezes mais do que eles ganhariam em qualquer outro lugar".

No início de 2013, investigadores de direitos humanos da ONU recomendaram que Israel retire todos os colonos judeus dos assentamentos da Cisjordânia, pois as colônias violam "de diversas maneiras" os direitos humanos dos palestinos

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