Gilmar Mendes e a reforma do sistema de Justiça criminal
Enviado por luisnassif, sex, 02/03/2012 - 14:08
Da Tribuna de Internet
Segundo a legislação, ministros, senadores e deputados federais, entre outras autoridades, só podem ser processadas e julgadas no STF.
Mendes disse que temas “extremamente complexos” dão origem a “soluções simples e, em geral, erradas”, numa referência à proposta de extinção do foro privilegiado.
“Recentemente o grande jornal Folha de S.Paulo publicou uma matéria sobre o funcionamento do foro privilegiado. E logo alguns apressados chegaram à conclusão: o foro privilegiado funciona mal, logo funciona bem o primeiro grau. Certo? Não. Errado. Não funciona bem o primeiro grau também no país.”
Entre as reportagens publicadas pelo jornal, havia uma entrevista com um colega de Mendes no STF, o ministro Celso de Mello, na qual ele defendia a supressão “pura e simples” do foro especial.
Mello observou que o foro para senadores e deputados federais, que representam a imensa maioria dos processos hoje em andamento no STF, só foi criado em 1969, durante a ditadura militar.
As principais entidades representativas de juízes e procuradores da República e a corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon, já defenderam a extinção do foro. Ela disse que o mecanismo “é próprio de ‘república das bananas’”
Carlos Newton
É impressionante o bem que a ministra Eliana Calmon está fazendo à Justiça brasileira. Em entrevista ao repórter Felipe Seligman, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, admitiu que o país necessita fazer “uma reforma completa do sistema de Justiça criminal”, reconhecendo que a primeira instância do Judiciário “não funciona” no país.
Mendes disse que o Judiciário de primeira instância tem sérios problemas estruturais. “Falta defensor, falta juiz, falta promotor”, afirmou, denunciando que existem “4 mil homicídios sem inquérito [policial] abertos em Alagoas” e “mil crimes” contra a vida prestes a prescrever na comarca de Jaboatão dos Guararapes, próximo a Recife.
� necessário fazer uma reforma completa do sistema de Justiça Criminal”, assinalou, ao comentar o caderno “A Engrenagem da Impunidade”, publicado pela Folha no último domingo. As reportagens revelaram que falhas e omissões cometidas por juízes, procuradores da República e policiais federais estão na raiz da impunidade de políticos que têm direito a foro privilegiado no Supremo. É impressionante o bem que a ministra Eliana Calmon está fazendo à Justiça brasileira. Em entrevista ao repórter Felipe Seligman, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, admitiu que o país necessita fazer “uma reforma completa do sistema de Justiça criminal”, reconhecendo que a primeira instância do Judiciário “não funciona” no país.
Mendes disse que o Judiciário de primeira instância tem sérios problemas estruturais. “Falta defensor, falta juiz, falta promotor”, afirmou, denunciando que existem “4 mil homicídios sem inquérito [policial] abertos em Alagoas” e “mil crimes” contra a vida prestes a prescrever na comarca de Jaboatão dos Guararapes, próximo a Recife.
Segundo a legislação, ministros, senadores e deputados federais, entre outras autoridades, só podem ser processadas e julgadas no STF.
Mendes disse que temas “extremamente complexos” dão origem a “soluções simples e, em geral, erradas”, numa referência à proposta de extinção do foro privilegiado.
“Recentemente o grande jornal Folha de S.Paulo publicou uma matéria sobre o funcionamento do foro privilegiado. E logo alguns apressados chegaram à conclusão: o foro privilegiado funciona mal, logo funciona bem o primeiro grau. Certo? Não. Errado. Não funciona bem o primeiro grau também no país.”
Entre as reportagens publicadas pelo jornal, havia uma entrevista com um colega de Mendes no STF, o ministro Celso de Mello, na qual ele defendia a supressão “pura e simples” do foro especial.
Mello observou que o foro para senadores e deputados federais, que representam a imensa maioria dos processos hoje em andamento no STF, só foi criado em 1969, durante a ditadura militar.
As principais entidades representativas de juízes e procuradores da República e a corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Eliana Calmon, já defenderam a extinção do foro. Ela disse que o mecanismo “é próprio de ‘república das bananas’”
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