terça-feira, 2 de abril de 2013

Lei Carolina Dieckman: as celebridades versus os anônimos

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Em maio do ano passado vazaram para a Internet fotos da atriz Carolina Dieckman nua.
Em novembro – apenas cinco meses depois – a Câmara de Deputados aprovou projeto de lei do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), com o nome da atriz, visando coibir alguns crimes cibernéticos. Apenas um mês depois, a lei foi sancionada pela presidente da República e pelo Ministro da Justiça.
Ontem, entrou em vigor.
Centenas de milhares de brasileiros estão sendo vítimas do golpe da pirâmide. Os golpistas se valem da Internet, de publicidade através do Youtube, Facebook e sites. Os golpes são montados à luz do dia. Há relatos de famílias por todo o país de famílias sendo destroçadas pela miragem do ganho fácil. Da mesma maneira que as vítimas de bingos.
Os golpistas articulam-se em torno de uma pirâmide. Quando começa a ruir, pulam para outra. Tudo devidamente combinado através do Facebook e de outros esquemas públicos de aliciamento.
O tema atraiu uma cobertura discreta da mídia, mas não dá Jornal Nacional. Não dá a possibilidade de parlamentares e ministros poderem conhecer pessoalmente a figura cativante de uma atriz global.
Pelo que me informaram delegados do DEIC e da Polícia Federal, a tal lei não tem grande relevância, não trata das questões centrais dos crimes cibernéticos, não disciplina. Mas dá manchetes, permite conviver com celebridades.
É um país cujo processo de inclusão avançou em inúmeros campos. Mas no campo institucional, continua separando celebridades e anônimos

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