O primeiro automóvel de motor a explosão do BrasilEnviado por luisnassif, qui, 26/04/2012 - 08:20
Por Marcia
O primeiro automóvel de motor a explosão que o Brasil ganhou
foi um presente de Santos Dumont. O brasileiro apaixonado por mecânica estava em
Paris quando surgiram os primeiros carros. Interessou-se imediatamente pela
novidade. Não era fácil, em 1890, adquirir um carro: é ele que confessa no seu
livro “Meus Balões”. Teve que percorrer várias usinas procurando o melhor.
Acabou, em 1891, comprando um Peugeot. Foi um dos primeiros fregueses da grande
fábrica francesa.
p align="justify">Santos Dumont trouxe
esse carro para o Brasil. Menos para andar, do que para estudá-lo.
Quem sabe o que aprendeu Santos Dumont daquele motor, naquele
novo veículo? O que deverá a aviação a esse primeiro motor Peugeot?
Há um documento na prefeitura de São Paulo no qual Henrique,
irmão de Santos Dumont é o automobilista pioneiro da capital bandeirante.
Não conseguimos apurar se esse carro é o mesmo que o “Pai da
Aviação” trouxe, ou se Henrique importou outro.
Se Santos Dumont, nas suas experiências, não destruiu o
Peugeot, o carro é o mesmo.
No ano seguinte ele voltaria a Paris e não levaria carro algum
na sua bagagem.
Mas de qualquer forma credite-se a Henrique, morador em São
Paulo, o pioneirismo do carro bandeirante.
Henrique, irmão de Alberto, era o primogênito da família. Por
ter nome idêntico ao pai, alguns autores fazem confusão e citam o pai de Santos
Dumont como o possuidor do primeiro carro paulistano. Mas era o filho, mesmo,
porque em 1901 o chefe da família já havia falecido.
Há um documento onde ficou firmado o pioneirismo de Henrique
Santos Dumont em automóvel a explosão na cidade de São Paulo: é o requerimento
que faz, datado de 1901, ao governador da cidade requerendo baixa do lançamento
do imposto sobre seu automóvel.
Eis as razões do peticionário:
“...o suplicante sendo o primeiro introdutor desse sistema de
veículo na cidade, o fez com sacrifício de seus interesses e mais para dotar a
nossa cidade com esse exemplar de veículo “automobile”; porquanto após qualquer
excursão, por mais curtas que sejam, são necessários dispendiosos reparos no
veículo devido à má adaptação de nosso calçamento pelo qual são prejudicados
sempre os pneus das rodas. Além disso o suplicante apenas tem feito raras
excursões, a título de experiência, e ainda não conseguiu utilizar de seu carro
“automobile” para uso normal, assim como um outro proprietário de um
“automobile” que existe aqui também não o conseguiu”.
Por esse documento ficamos sabendo que existia um segundo carro
na cidade de São Paulo, em 1901. Depois de demoradas pesquisas acreditamos que o
nome de seu possuidor tenha sido o Conde Álvares Penteado.
Além do mérito histórico dessa petição do Dr. Henrique Santos
Dumont o documento tem uma outra característica: é a primeira reclamação de um
dono de automóvel ao poder público contra as más estradas e as ruas em péssimo
estado de conservação.
Mais de 100 anos depois, em muitas cidades do Brasil ainda é
atual o sentido da petição do Dr. Santos Dumont: as ruas continuam péssimas e
são as responsáveis maiores pelo estrago dos veículos.
Pena que requerimento idêntico tenha a característica do
primitivo: inócuo.
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quinta-feira, 26 de abril de 2012
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