quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Eleições :trabalho para malabarista

















































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Eleições: trabalho para malabarista
Enviado por luisnassif, qua, 26/09/2012 - 14:14




 Autor:
Gunter Zibell - SP
O que eu acho das eleições de SP no estágio em que estão, faltando 10 dias:

- Não vale a pena ficar questionando partidarismo em pesquisas, oscilações de 2 ou 3 pp. não são inusuais com amostras de 1000 a 2000 pessoas. O Datafolha tem um certo viés classista (faz pesquisa de fluxo, não na residência, e não coloca partido no disco de respostas, acaba mostrando um pouco mais para o preferido por segmentos mais informados, mas isso se dilui até a eleição propriamente dita.) Mas olhe-se o gráfico de dispersão (proporcional em relação a tempo/data), é difícil perceber que plotagem é de cada instituto. Eu não gosto de ficar olhando ponto a ponto, a informação que se pode obter em pesquisas é mais a tendência das “nuvens”. Por esse enfoque CR estaria no teto para 1º turno e JS e FH ainda com algum deslocamento.

- Com vários candidatos viáveis os votos não vão necessariamente de um para o outro. Isso só acontece em eleições binárias (como Obama x Romney.) Eu acho (frise-se o “acho”) que Haddad passou parte da campanha recuperando as intenções de voto que foram de Paulinho e Netinho (em tese, do mesmo campo), que Russomanno absorve, de Serra, votos em todas as classes, que Haddad pode estar ainda recuperando, de CR, votos dos “mais pobres” (os últimos programas televisivos batem muito nessa tecla, o “PT governa para os pobres”.)

- Parece-me mais provável que Haddad seja o 2º colocado. A hipótese Russomanno vs Serra ainda existe, mas dada a rejeição de Serra e o conjunto que se aliaria no 2º turno para derrotá-lo (vis-a-vis mídia), não parece que Serra poderia vencer.

- Então cabe avaliar chances de Haddad passar de Russomanno no 2º turno. Até o momento, em poucas pesquisas, Haddad recebe apenas 40% (e isso é constante) dos votos de eleitores de Serra, Chalita e Soninha. Isto pode implicar em apenas uma coisa: o discurso tradicional (apoio de Lula/Dilma/Marta/Erundina + opção pela periferia), necessário para recuperar votos o suficiente para ir ao 2º turno, não pode ser abandonado e de algum modo precisará ser complementado com acenos à classe média que não fica confortável com Russomanno (como em 1998/2000 não era confortável com Maluf mas em 2008 ficou confortável com Kassab.)

- Assim, chances para Haddad ainda há, talvez mais que para Serra, mas dependente de um bom trabalho de marketing: Haddad, acho eu (frise-se novamente o “acho”) precisa parecer mais defensor dos pobres, de algum modo obter abstenção de Alckmin – além do apoio de Chalita, menos religioso que CR (senão eleitores de Soninha podem ficar neutros), reforçar a performance de “provável melhor futuro gestor” (que diz algo para eleitores de Serra/Chalita). O tempo de propaganda entre turnos é igual para ambos candidatos, mas, se a ausência de tempo não prejudicou CR, a igualdade de tempo não ajudará.

- CR está sistematicamente 24/25% acima de FH nas simulações de 2º turno. Aqui tanto faz Ibope (2 dos pontos plotados no 2º gráfico) ou Datafolha (3 pontos.) O trabalho de conseguir passar 12/13% de um para o outro é um pouco, pelo que se diz acima, de malabarista chinês. Se FH conseguir, será uma vitória merecida. Atualmente há um bloco de votos (Serra, Chalita, Soninha, pequenos) em torno de 30%. Na média 12% vão para Haddad, teriam que ser 24%, o que dá uma ideia do tamanho do desafio. Para ajudar apenas o seguinte: mudanças de posição entre CR e FH agora tendem a se manter na disputa entre turnos


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