A influência do mercado de brinquedos na indústria do cinema
Enviado por luisnassif, sab, 24/11/2012 - 14:26
Por Frederick Montero
Comentário ao post "A loucura da Black Friday"
O caso dos bonecos do Wall.E é emblemático pelas contradições que a Pixar provoca na área do entretenimento. Em grande parte, a indústria do cinema foi salva e ao mesmo tempo destruída pelo mercado de bonecos, quando George Lucas percebeu que ganharia mais dinheiro com a venda de produtos derivados dos filmes da franquia Star Wars do que com os filmes propriamente. Isso permitiu à indústria do cinema encontrar novas fontes de renda além das obtidas pelas bilheterias, em uma época na qual começava a sofrer a queda de lucros gerada pelo entretenimento doméstico, com o aparecimento dos aparelhos de VHS. Mas esse lucro teve um preço alto a se pagar, pois não importava mais tanto a qualidade da história em termos cinematográficos, quanto a sua capacidade de gerar bonecos de ação para vender para crianças (e mais tarde para adultos também).
A Pixar é um caso a parte, até ser comprada pela Disney. Apesar de ter gerado grandes sucessos e obras cinematográficas durante sua época de ouro (Toy Story, Procurando Nemo, Ratatouille, Wall.E), ao mesmo tempo criou alguns dos bonecos preferidos das crianças atuais, como Buzzlightear e Woody. Dois personagens que já se tornaram clássicos no ármário de qualquer criança até 6 anos. Mas este nunca foi o foco primordial do estúdio. Sua maior preocupação sempre foi fazer a melhor história possível. Tanto que nos últimos filmes, os personagens principais foram figuras difíceis de se converterem em bonecos vendáveis, como o rato de esgoto de Ratatouille, o ancião de UP ou a princesa de Valente, que destoa do ideal de beleza da Disney. Aliás, é esta empresa, agora proprietária do estúdio de animação, a responsável pela guinada recente que a Pixar deu em algumas de suas produções. Se antes o foco era a história, agora na Pixar, o foco passou a ser a venda dos bonecos de sequências de filmes como Carros , Toy Story e Monstros S.A. A sequência de Carros é o símbolo perfeito desta mudança interna da Pixar, por ser ao mesmo tempo o filme com a pior história na sua filmografia e com a maior quantidade de bonecos altamente vendáveis para o mercado infantil. Infelizmente, talvez nos reste assistir à lenta decadência de um estúdio de animação que conseguiu em um período curto fazer mais grandes obras do que a gigante Disney. Feito que só pode ser superado pelos estúdios Ghibli
Comentário ao post "A loucura da Black Friday"
O caso dos bonecos do Wall.E é emblemático pelas contradições que a Pixar provoca na área do entretenimento. Em grande parte, a indústria do cinema foi salva e ao mesmo tempo destruída pelo mercado de bonecos, quando George Lucas percebeu que ganharia mais dinheiro com a venda de produtos derivados dos filmes da franquia Star Wars do que com os filmes propriamente. Isso permitiu à indústria do cinema encontrar novas fontes de renda além das obtidas pelas bilheterias, em uma época na qual começava a sofrer a queda de lucros gerada pelo entretenimento doméstico, com o aparecimento dos aparelhos de VHS. Mas esse lucro teve um preço alto a se pagar, pois não importava mais tanto a qualidade da história em termos cinematográficos, quanto a sua capacidade de gerar bonecos de ação para vender para crianças (e mais tarde para adultos também).
A Pixar é um caso a parte, até ser comprada pela Disney. Apesar de ter gerado grandes sucessos e obras cinematográficas durante sua época de ouro (Toy Story, Procurando Nemo, Ratatouille, Wall.E), ao mesmo tempo criou alguns dos bonecos preferidos das crianças atuais, como Buzzlightear e Woody. Dois personagens que já se tornaram clássicos no ármário de qualquer criança até 6 anos. Mas este nunca foi o foco primordial do estúdio. Sua maior preocupação sempre foi fazer a melhor história possível. Tanto que nos últimos filmes, os personagens principais foram figuras difíceis de se converterem em bonecos vendáveis, como o rato de esgoto de Ratatouille, o ancião de UP ou a princesa de Valente, que destoa do ideal de beleza da Disney. Aliás, é esta empresa, agora proprietária do estúdio de animação, a responsável pela guinada recente que a Pixar deu em algumas de suas produções. Se antes o foco era a história, agora na Pixar, o foco passou a ser a venda dos bonecos de sequências de filmes como Carros , Toy Story e Monstros S.A. A sequência de Carros é o símbolo perfeito desta mudança interna da Pixar, por ser ao mesmo tempo o filme com a pior história na sua filmografia e com a maior quantidade de bonecos altamente vendáveis para o mercado infantil. Infelizmente, talvez nos reste assistir à lenta decadência de um estúdio de animação que conseguiu em um período curto fazer mais grandes obras do que a gigante Disney. Feito que só pode ser superado pelos estúdios Ghibli
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