Vítima teve ficha de antecedentes criminais consultada

Por Fernando Barbosa
Do Estadão
Vítima de homicídio teve ficha consultada, diz delegado
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, afirmou, nesta quinta-feira,que há comprovação de que em pelo menos um caso uma das vítimas da atual onda de violência teve os antecedentes criminais consultados pouco antes de ser assassinada, o que seria um indício da atuação de policiais no crime. A declaração foi dada durante a posse do novo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, no Palácio dos Bandeirantes.
"Em vários crimes de homicídio no passado detectamos que as vítimas, antes de serem mortas, tiveram os atestados de antecedentes criminais pesquisados pela polícia. Isso é muito emblemático, só que havia uma grande dificuldade para descobrir quem é que pesquisou aquela vítima", disse. Questionado se, entre os casos recentes, havia algum semelhante, o delegado-geral respondeu afirmativamente. "Foi mandado verificar, e constatamos isso daí. Sempre tem essa possibilidade", disse.
O delegado-geral não falou em quais casos a consulta foi feita, mas citou um. "Fomos verificar, havia sido feita uma pesquisa (sobre antecedentes criminais). A morte foi na capital e a pesquisa feita na Grande São Paulo, pouco antes da morte."
Questionado se há indícios de que policiais têm cometido assassinatos em bairros da periferia, Lima disse que trabalha com todas as linhas de investigação e apontou alguns sinais de que isso esteja acontecendo. "A própria sociedade, ao receber a informação de que oito homicídios aconteceram num curto espaço de tempo, num espaço geográfico pequeno, (sabe que) é porque alguma coisa estranha está acontecendo. O criminoso (comum) é covarde. Ele mata e foge do local. Ele não mata e fica matando várias vezes. Não mata e recolhe os estojos (dos projéteis) depois para não fazer prova