quinta-feira, 1 de novembro de 2012



A cobertura d'O Globo da violência em São Paulo
Enviado por luisnassif, qui, 01/11/2012 - 14:18

Por Frank

O Globo consegue falar sobre a violência em SP sem falar do Secretário de Segurança e do governo tucano.

Do O Globo

Onda de mortes assusta população de São Paulo

Sob a tutela do medo: 65 civis foram assassinados nos últimos dez dias

SÃO PAULO - Seis anos depois dos ataques que deixaram 536 mortos, São Paulo sofre nova onda de violência. De janeiro a setembro, o número de homicídios dolosos na maior cidade dos país subiu 22,69%. Nos últimos 10 dias, 65 civis foram assassinados na Grande São Paulo. Desde o início do ano, 86 policiais militares (PMs) e 18 agentes penitenciários foram executados, a maioria perto de suas casas. Só três estavam em serviço. Outros 140 PMs sofreram tentativas de assassinato. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 130 suspeitos de matar policiais foram presos.

Só na madrugada desta quarta-feira 10 pessoas foram mortas, três delas moradores de rua do Centro. Em Carapicuíba, na Grande São Paulo, um ônibus foi incendiado. Moradores da região e de Osasco sofrem com toques de recolher. Universidades dispensam alunos mais cedo. Não se sabe se isso ocorre por ordem da principal facção criminosa de São Paulo, de outros bandos ou mesmo pela simples propagação de boatos. De toda forma, o clima de insegurança aterroriza.

PMs estão sendo mortos sistematicamente desde janeiro. A média é de seis por mês. Em junho, foram 11. A Secretaria diz que apenas 34 casos são suspeitos de execução — o restante seria crime comum. Também é tensa a situação dos presídios. O déficit de vagas é estimado em 100 mil. Ao ritmo de 48 presos a mais por dia — dois por hora — a estimativa é que o sistema penitenciário paulista alcance 200 mil detentos em abril de 2013. Há relatos de “presos morcegos”: por falta de lugar para dormir no chão, dormem amarrados às grades. Na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, há vagas para 160, mas só 38 estão lá. Nela está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe da facção criminosa que atua nos presídios e teria determinado os ataques de 2006. Segundo investigação do Ministério Público, a quadrilha movimenta R$ 6 milhões por mês e tem 1.341 bandidos em ação fora das cadeias.

Governo de SP manda ocupar duas favelas

Um dos motivos que alimentaram a nova onda de tensão foi a entrada da Rondas Ostensivas Tobias de Aguias (Rota) no confronto. O pelotão de elite de 700 homens, com tradição de operações violentas, passou a ser acionado pelo serviço de inteligência da polícia paulista com regularidade. Em maio, as escutas levaram a Rota ao bairro da Penha, na Zona Leste. Seis bandidos foram mortos, três presos e cinco fugiram. Armas e drogas foram apreendidos. O troco veio nas mortes de mais policiais de junho.

— Se agentes da lei estão sendo atacados e mortos, como transmitir segurança ao cidadão comum? — indaga o deputado Sérgio Olímpio Gomes, o major Olímpio, oficial da PM por 29 anos.

Em agosto, escutas na penitenciária de Presidente Bernardes levaram à prisão em Itajaí (SC) de Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, membro da facção. A ação foi em parceria com a Polícia Federal. Ele teria uma lista de seis policiais a serem mortos e ameaçou: para cada criminoso preso, um PM morto. Para cada bandido morto, dois PMs seriam executados.

Piauí havia sido solto para passar o Dia das Mães em casa, numa leva de 19.373 beneficiados. Não voltou e quebrou a tornozeleira eletrônica. Ele é apontado como chefe da quadrilha na favela de Paraisópolis, encravada no Morumbi, área nobre de São Paulo. A juíza que concedeu o benefício disse que não sabia que ele era ligado à facção.

Lista de 40 PMs marcados para morrer

Como reação do governo, Paraisópolis foi ocupada por 546 PMs na segunda-feira. Na terça-feira, no local, foi encontrada uma lista com 40 nomes, dos quais dez seriam policiais marcados para morrer. Haveria informações sobre o local de trabalho, endereço da residência e hábitos desses policiais. Não é a primeira vez que a polícia ocupa Paraisópolis, agora na operação batizada de Saturação. Em 2009, os policias permaneceram por 82 dias na favela.

Na terça-feira, criminosos colocaram dinamite na casa de um policial militar na Vila Curuçá, na Zona Leste de São Paulo. O artefato, que acabou desativado num campo de futebol, se fosse detonado, poderia atingir e matar pessoas num raio de 10 metros.

Outra favela ocupada nesta quarta-feira foi a São Remo, vizinha da cidade universitária da USP, na Zona Oeste. O objetivo era cumprir mandados de prisão contra sete homens suspeitos da execução, no último dia 27, do policial André Peres de Carvalho, 40 anos, que estava há 10 anos na Rota e desde 2008 fazia serviços administrativos, devido a problemas de Saúde. Apenas Antonio Peres de Souza, o Tonhão, foi preso. Os demais conseguiram fugir. No local, também foi encontrada uma refinaria de drogas. Dois homens foram presos. O chefe do tráfico local conseguiu escapar

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