A queda no lucro do Banco do Brasil no 3º trimestre


Por Dê
Da Reuters
Banco do Brasil tem queda de 6% no lucro do 3o tri
SÃO PAULO, 8 Nov (Reuters) - O Banco do Brasil sofreu uma queda de 5,7 por cento no lucro do terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, em meio a um aumento de índice de inadimplência e de provisões para perdas com crédito impactadas pelas operações do Banco Votorantim.
O maior banco do país divulgou lucro líquido de 2,728 bilhões de reais nos três meses encerrados em setembro. O resultado também ficou abaixo dos 3,01 bilhões de reais registrados no segundo trimestre.
Em termos recorrentes, o lucro somou 2,657 bilhões de reais, alta de 3,3 por cento sobre o terceiro trimestre de 2011, em linha com os 2,636 bilhões de reais esperados por analistas, segundo média de estimativas apurada pela Reuters. Na comparação com o segundo trimestre, porém, houve recuo de 11 por cento.
A instituição apurou uma receita de intermediação financeira 17 por cento menor no trimestre na comparação anual, de 25,08 bilhões de reais, em meio aos esforços do governo para forçar redução de juros do sistema financeiro brasileiro e aumento do crédito, em uma estratégia liderada pelo BB e pela Caixa.
O resultado do Banco do Brasil foi divulgado após Itaú Unibanco e Bradesco anunciarem lucros recorrentes praticamente dentro do esperado pelo mercado em outubro.
O BB registrou provisão para perdas com crédito de 3,76 bilhões de reais no terceiro trimestre, aumento de 15,5 por cento sobre um ano antes e de 2,4 por cento em relação os três meses encerrados em junho.
O volume de provisões ficou acima das expectativas do banco para o período, de entre 3,5 bilhões a 3,7 bilhões de reais.
Segundo o BB, o desvio ocorreu por conta de volume acima do esperado de provisões na carteira de empréstimos de veículos do Banco Votorantim, detido em cerca de 50 por cento pela instituição estatal e que registrou prejuízo de 497 milhões de reais no terceiro trimestre, após perda de 85 milhões um ano antes e de 536 milhões entre abril e junho.
INADIMPLÊNCIA E CARTEIRA
O aumento das provisões para perdas com crédito veio junto com um crescimento ligeiro do índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias, que subiu de 2,11 por cento no terceiro trimestre de 2011 para 2,17 por cento nos três meses até setembro. No segundo trimestre, a taxa foi de 2,15 por cento.
Apesar do aumento nos calotes, a instituição encerrou o trimestre com aumento de 20,5 por cento na carteira de crédito ampliada, para 532,3 bilhões de reais. Sobre o trimestre anterior, a alta foi de 4,7 por cento.
O crescimento dos empréstimos foi puxado pelo segmento de pessoa jurídica, que avançou 24,1 por cento em relação ao terceiro trimestre de 2011. Em pessoa física, houve alta de 14,4 por cento na carteira, com o segmento de financiamentos consignados subindo 16,4 por cento e os empréstimos para veículos, foco do Votorantim, crescendo 5,1 por cento.
A carteira de crédito no exterior apresentou forte evolução anual, de 30,5 por cento, no terceiro trimestre, para quase 43 bilhões de reais.
Já o índice de retorno sobre patrimônio líquido médio, indicador da lucratividade de um banco, nos três meses encerrados em setembro caiu a 18,6 por cento, ante 22,6 por cento no mesmo período de 2011 e 21,4 por cento no segundo trimestre. O indicador de eficiência --quanto menor, melhor-- subiu para 46,8 por cento, contra 44,9 por cento um ano antes.
O BB fechou setembro com ativos totais de 1,104 trilhão de reais, crescimento de 16,2 por cento em relação a um ano antes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)