segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Os transgênicos e o combate à fome
Enviado por luisnassif, seg, 05/11/2012 - 07:34

Por Rodolfo Machado

Comentário ao post "Os desafios do meio ambiente"

Do Sustentabilidade é Acção

"Nada indica que precisamos de OGM para alimentar o mundo"

Depois da notícia de que "Alimentar o mundo sem pesticidas é possível", como conclui a jornalista e documentarista francesa Marie-Monique Robin, que percorreu o mundo para ouvir as opiniões de especialistas - de camponeses a engenheiros agrónomos (ver artigo em Zona Livre de OGM), investigadores afirmam que "Transgénicos não são solução para alimentar o mundo".


O artigo intitulado "La faim dans le monde, alibi pour le développement des OGM" veio publicado no jornalLiberation, em 18 de Outubro, e abaixo deixo traduzido (tradução minha, assim como os negritos e os  links):

«A fome no mundo, alibi para o desenvolvimento dos OGM

Enquanto o Comité de Segurança Alimentar (FAO) se reuniu em Roma, esta semana, agrónomos e especialistas afirmam que os transgénicos não são uma solução para alimentar a humanidade.

Por: FRANÇOIS AFFHOLDER, investigador e agrónomo do Cirad (Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento); NICOLAS BRICAS, pesquisador e responsável pela missão sobre segurança alimentar no Cirad; BENOÎT DAVIRON, pesquisador em economia política no Cirad, EVE FOUILLEUX, diretora de pesquisas do CNRS

Os debates suscitados pela recente publicação de Séralini e seus colegas foram um pretexto para apresentar os OGM como uma potencial solução para a fome no mundo. Como agrónomos e especialistas em questões de segurança alimentar, não podemos deixar crer que os OGM são a maneira de alimentar a humanidade, seja ela de 9 mil milhões em 2050, ou 12 mil milhões em cenários mais pessimistas.

Na primeira linha dos benefícios esperados pelos OGM é destacada a sua potencial contribuição para o aumento da produção. Isto levanta a primeira questão: o problema da fome no mundo é realmente um problema de produção insuficiente? Como demonstrado por numerosos estudos sobre a insegurança alimentar, o problema é essencialmente o acesso aos alimentos pelos indivíduos, isto é, o acesso à terra ou aos rendimentos, e uma questão de democracia, muito antes de um problema de quantidade produzida.Os níveis de produção atuais já são suficientes para alimentar o mundo. Em média, é produzido por dia o equivalente a 4.972 calorias por habitante em todo o mundo na forma de colheitas, mas apenas cerca de metade (2.468 calorias por dia por habitante, em média) chega aos pratos dos consumidores do mundo. Grande parte dos alimentos produzidos são usados na pecuária intensiva, são transformads em biocombustíveis ou são desperdiçado, seja após a colheita, nos supermercados ou nas casas (1).

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