Igreja é considerada lobby mais poderoso de Portugal

Do Econômico

Igreja vence votação do lobby mais poderoso de Portugal

De um total de 5.445 votos, 43% do leitores do Económico escolheram a Igreja como o lobby nº1.
Os cibernautas do site do Diário Económico - www.economico.pt - elegeram a Igreja como o lobby mais poderoso do País na votação online que terminou na passada sexta-feira. No total, a instituição representada por D. José Policarpo obteve 2.362 votos, à frente da Banca e dos Advogados, que totalizaram 1.493 votos e 575 votos, respectivamente.
O sector da Banca, liderado por Faria de Oliveira, ocupou a primeira posição da votação durante os primeiros dias, mas foi ultrapassada pela Igreja já nos últimos dois dias do sufrágio ‘online'. A Igreja Católica esteve entre os protagonistas do primeiro ano de governação de Passos Coelho, quando foi chamada a renegociar os feriados religiosos no País, por um período de cinco anos. O Estado suspendeu dois feriados civis e a Igreja cedeu em outros dois - Corpo de Deus (móvel) e de Todos os Santos (1 de Novembro) -, ainda que tivesse forçado o adiamento da entrada em vigor do novo calendário em um ano, para 2013.
Às portas do pódio ficaram os Médicos, que em Julho deste ano fizeram a primeira greve desde a década de 80. A Ordem liderada por José Manuel Silva foi considerada como sendo o quarto lobby nacional mais poderoso, com quase 500 votos, enquanto Sindicatos e Farmácias também são vistos como sectores com forte poder na sociedade, tendo reunido mais de 100 votos cada.
Já os Patrões e Professores estiveram entre os menos votados no inquérito que decorreu esta semana em www.economico.pt, com menos de 100 votos cada. Em último lugar ficaram o Futebol e os Militares com apenas 54 votos e 45 votos, respectivamente.
No total, mais de 5.400 leitores do Económico responderam à pergunta "Qual o lobby mais poderoso?", numa iniciativa que permitiu aos cibernautas votar em tempo real.
Esta foi a quarta iniciativa que o Diário Económico realizou para reforçar a interactividade com os seus leitores, depois de no último mês ter lançado no site outras três votações: uma para melhor CEO do PSI 20, outra para pior ministro do actual Governo e ainda o comentador mais influente no País. Em duas semanas, divididas por duas fases, mais de 71 mil cibernautas deram a vitória a António Mexia, presidente da EDP, elegendo-o melhor CEO do PSI 20, à frente Jorge Coelho (Mota-Engil) e de Pedro Soares dos Santos (Jerónimo Martins).
Na votação para pior ministro do Executivo, liderado por Pedro Passos Coelho, os cibernautas votaram em Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, numa votação em que o próprio primeiro-ministro foi considerado o segundo pior. E na anterior votação ‘online', o antigo ministro das Finanças e actual comentador da TVI, Medina Carreira, venceu o primeiro lugar do pódio como o mais influente.
2.362 - Igreja : D. José Policarpo
Apesar de Portugal ser um estado laico e de a legislação estabelecer a liberdade religiosa, o certo é que o poder da Igreja Católica continua a ser muito grande e influente. Recorde-se o impacto e a força das intervenções públicas dos responsáveis da Igreja para se perceber a força deste lobby. O Governo de Sócrates lutou contra ele quando aprovou a legalizaçãodo aborto e dos casamentos homossexuais. O Governo de Passos foi obrigado a negociações difíceis para a eliminação de dois feriados e a força da Igreja acabou por adiar para o próximo ano a sua aplicação.
1.493 - Banca: Faria de Oliveira
Economicamente, será o grupo mais poderoso, dele dependendo o financiamento da economia portuguesa e até do Estado. O último grande dossier negociado foi a ajuda do Estado para a capitalização dos bancos, mas assuntos como a renegociação das PPP vão continuar em cima da mesa.
575 - Advogados: Marinho Pinto
Basta ver que muitos responsáveis políticos são advogados para se perceber a força desta profissão. Estão sempre muito bem organizados e falam a uma só voz, exercendo fortes pressões sobre o Governo e a sociedade.