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Os enganos da mídia com as campanhas eleitorais
Enviado por luisnassif, sab, 20/10/2012 - 13:48
Por alcarpinteiro
As eleições paulistanas estão ocupando muito espaço deste blog. Não surpreende. Além de ser a maior cidade do país, é lá que os dois partidos mais poderosos travam sua maior batalha. Os tucanos disputam com seu candidato mais conhecido e está prestes a perder um de seus maiores trunfos e assim abrir caminho para o adversário conquistar também o governo do estado, que detém há vários mandatos.
Examinando aqui no blog e na mídia, dois assuntos dominam as discussões sobre aquela eleição: o mensalão e o kit gay. Se perguntarem a 100 paulistanos os temas mais importantes para o presente e futuro da cidade, aposto que nenhum deles falaria em mensalão e kit gay. A campanha está sendo manipulada. Nem a mídia nem este blog conseguem falar daquilo que realmente importa para o paulistano fazer uma boa escolha.
Ambos os assuntos são do interesse do candidato tucano. Ele os introduziu para desviar a campanha daquele que deveria ser seu caminho. Dada a enorme rejeição do atual prefeito, Serra, que tem seu nome vinculado a ele, seria prejudicado com as discussões sobre os problemas da cidadee as comparações inevitáveis. Além disso, ele não é muito de discutir programas de governo para não se comprometer ao ser eleito. Tanto a mídia quanto este blog cairam no truque. A salvação foi que a população rejeitou ambos os assuntos e penalizou Serra com o aumento de sua já alta taxa de rejeição.
Existem muitas formas de manipular a mídia. Em geral, a mídia reparte igualmente o espaço entre os candidatos. Um candidato pode colocar outro contra a parede com uma acusação curta. O adversário jamais conseguirá se defender no mesmo espaço. Serra acusou Haddad de gastar 800 mil com o kit gay. Não importa se é verdade ou mentira. Neste caso, o importante é que o adversário vai gastar seu espaço na mídia tentando se defender, sem conseguir, em tão curto espaço. Vai deixar de usar seu tempo com propostas e vai passar ao eleitorado a impressão que tem de se defender. Muitas vezes, é preferível responder fazendo uma acusação ao adversário ainda mais cabeluda e devolver o abacaxi para o outro lado.
Caberia à mídia, e a esse blog, não se deixar manipular. Abortar a tentativa na origem e acusar o autor da iniciativa de sabotar a campanha. Ela falhou ao se deixar levar pela baixaria, na esperança, talvez, de despertar a curiosidade do grande público. Errou.
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