O filme sobre Luiz Gonzaga e a nova geração do forró
Enviado por luisnassif, seg, 29/10/2012 - 11:49
Do O Globo
Filme sobre Luiz Gonzaga coloca nova geração do forró sob holofotes
Os grupos Fulano de quê?, Trio Estopim e Trio Candiêiro aquecem a cena carioca
RIO - Nesta sexta-feira (26) estreia nos cinemas a cinebiografia do rei do baião: “Gonzaga - de pai pra filho”. Também já está em cartaz no teatro Sesc Ginástico, no Centro, a peça “Gonzagão - a lenda”. Tudo para comemorar o centenário do compositor pernambucano que cantava as alegrias e agruras no povo nordestino. Mas não é só no cinema e no palco que o pai do forró é lembrado. Há toda uma nova geração de bandas de forró que faz questão de honrar a tradição de Gonzaga.
Com quatro e cinco anos de estrada respectivamente, o grupo Fulano de quê? e o Trio Candiêiro fervem a cena forrozeira do Rio. Já o Trio Estopim tem apenas oito meses de vida, mas já faz mais de 15 shows por mês em todo o estado, apresentando seu estilo Pé de Serra.
- O forró está crescendo novamente. Houve uma explosão de 1999 até 2003, depois teve uma queda brusca, e voltou a crescer nos últimos dois anos. Com o centenário de Luiz Gonzaga, o forró ganhou um empurrão está atraindo pessoas que não conheciam o ritmo, principalmente os jovens - garante Ivan Viana, que toca acordeão e canta no Trio Estopim.
Um reflexo desse retorno dos jovens ao forró é o grupo Fulano de quê?, formado por seis colegas da UFF que descobriram a paixão pelo ritmo como traço em comum, em 2008.
- Hoje em dia, muito garoto já pensa em ter sua própria sanfona. Noto que a presença dos jovens nos salões é cada vez maior - analisa o vocalista Leandro Pinto.
A noite de forró promovida pelo sexteto às terças-feiras, na Gafieira Moderna, na Lapa, enche toda semana. O circuito Lapa-Centro, aliás, é ponto de encontro dos jovens que curtem dançar coladinho. O tradicional Clube dos Democráticos é parada obrigatória, toda quarta-feira, quando rola a “Quarta Democrática”. A “Forrozada”, que acontece todo primeiro sábado do mês no Cordão da Bola Preta, no Centro, é um point. Os sábados na boate Dito&Feito, no Centro, também bombam com o “Forró Apertadinho”.
Com tantas manifestações, não é à toa que o Rio foi a cidade escolhida para receber o Festival Mundial de Forró, em fevereiro do ano que vem. Mas os forrozeiros cariocas reconhecem que tudo nasceu com Luiz Gonzaga, o filho mais famoso de Exu, no interior de Pernambuco.
- Para nós, Gonzaga é considerado um tipo sanguíneo. Seria impossível tocar sem a influência do rei do baião. Com ele, aprendemos toda a história do sertão e conseguimos visualizar através de sua música a tradição e os costumes daquele povo. O melhor é que ele ainda fez com que nos apaixonássemos por tudo isso - diz, empolgado, o mineiro Will Santos, do Trio Candiêiro, formado ainda por um paulista e um brasiliense que lutam para difundir o estilo musical no Rio. - Somos um exemplo da influência de Gonzaga no país inteiro - reforça Will.
Apesar de adeptos do tradicional forró Pé de Serra, os integrantes desses grupos de sucesso também aprovam os hits do sanfoneiro Michel Teló, que mistura o sertanejo ao baião. Para eles, o bafafá em torno do cantor de “Ai se eu te pego” até ajudou a popularizar o tritmo novamente.
- Vale lembrar que o próprio Luiz Gonzaga, nos anos 80, incluiu bateria, baixo e guitarra nas suas apresentações, como artifício para atingir um público mais amplo e, assim, não deixar o forró morrer. Se o grande mestre fez, quem somos nós para criticar as variações? - opina Ivan, do Trio Estopim.
Enviado por luisnassif, seg, 29/10/2012 - 11:49
Do O Globo
Filme sobre Luiz Gonzaga coloca nova geração do forró sob holofotes
Os grupos Fulano de quê?, Trio Estopim e Trio Candiêiro aquecem a cena carioca
RIO - Nesta sexta-feira (26) estreia nos cinemas a cinebiografia do rei do baião: “Gonzaga - de pai pra filho”. Também já está em cartaz no teatro Sesc Ginástico, no Centro, a peça “Gonzagão - a lenda”. Tudo para comemorar o centenário do compositor pernambucano que cantava as alegrias e agruras no povo nordestino. Mas não é só no cinema e no palco que o pai do forró é lembrado. Há toda uma nova geração de bandas de forró que faz questão de honrar a tradição de Gonzaga.
Com quatro e cinco anos de estrada respectivamente, o grupo Fulano de quê? e o Trio Candiêiro fervem a cena forrozeira do Rio. Já o Trio Estopim tem apenas oito meses de vida, mas já faz mais de 15 shows por mês em todo o estado, apresentando seu estilo Pé de Serra.
- O forró está crescendo novamente. Houve uma explosão de 1999 até 2003, depois teve uma queda brusca, e voltou a crescer nos últimos dois anos. Com o centenário de Luiz Gonzaga, o forró ganhou um empurrão está atraindo pessoas que não conheciam o ritmo, principalmente os jovens - garante Ivan Viana, que toca acordeão e canta no Trio Estopim.
Um reflexo desse retorno dos jovens ao forró é o grupo Fulano de quê?, formado por seis colegas da UFF que descobriram a paixão pelo ritmo como traço em comum, em 2008.
- Hoje em dia, muito garoto já pensa em ter sua própria sanfona. Noto que a presença dos jovens nos salões é cada vez maior - analisa o vocalista Leandro Pinto.
A noite de forró promovida pelo sexteto às terças-feiras, na Gafieira Moderna, na Lapa, enche toda semana. O circuito Lapa-Centro, aliás, é ponto de encontro dos jovens que curtem dançar coladinho. O tradicional Clube dos Democráticos é parada obrigatória, toda quarta-feira, quando rola a “Quarta Democrática”. A “Forrozada”, que acontece todo primeiro sábado do mês no Cordão da Bola Preta, no Centro, é um point. Os sábados na boate Dito&Feito, no Centro, também bombam com o “Forró Apertadinho”.
Com tantas manifestações, não é à toa que o Rio foi a cidade escolhida para receber o Festival Mundial de Forró, em fevereiro do ano que vem. Mas os forrozeiros cariocas reconhecem que tudo nasceu com Luiz Gonzaga, o filho mais famoso de Exu, no interior de Pernambuco.
- Para nós, Gonzaga é considerado um tipo sanguíneo. Seria impossível tocar sem a influência do rei do baião. Com ele, aprendemos toda a história do sertão e conseguimos visualizar através de sua música a tradição e os costumes daquele povo. O melhor é que ele ainda fez com que nos apaixonássemos por tudo isso - diz, empolgado, o mineiro Will Santos, do Trio Candiêiro, formado ainda por um paulista e um brasiliense que lutam para difundir o estilo musical no Rio. - Somos um exemplo da influência de Gonzaga no país inteiro - reforça Will.
Apesar de adeptos do tradicional forró Pé de Serra, os integrantes desses grupos de sucesso também aprovam os hits do sanfoneiro Michel Teló, que mistura o sertanejo ao baião. Para eles, o bafafá em torno do cantor de “Ai se eu te pego” até ajudou a popularizar o tritmo novamente.
- Vale lembrar que o próprio Luiz Gonzaga, nos anos 80, incluiu bateria, baixo e guitarra nas suas apresentações, como artifício para atingir um público mais amplo e, assim, não deixar o forró morrer. Se o grande mestre fez, quem somos nós para criticar as variações? - opina Ivan, do Trio Estopim.
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