segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O dia do Professor - 3
Enviado por luisnassif, seg, 15/10/2012 - 16:00
Por RobertoCR
Alguém por aqui se lembra de que dia é hoje?
Dia do professor.
Para além da discussão sobre o valor dos salário pagos a estes profissionais, o que estamos fazendo para que a próxima geração de estudantes esteja sujeita as melhores influências possíveis vindas de profissionais bem preparados? Será impossível à nós manter a utopia do mestre que serve como guia e inspiração? A competência atual do professor tem como consequência mais destacada o analfabetismo funcional?
Segundo dados do IBOPE de 2005 (se alguém possuir dados mais atuais, por favor me corrija) "... no Brasil o analfabetismo funcional atinge cerca de 68% da população. Somados esses 68% de analfabetos funcionais com os 7% da população que é totalmente analfabeta, resulta que 75% da população não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizadas..." (Fonte: Wikipédia).
Em tempos de comunicação instantânea não percebo, na minha experiência pessoal, a vontade essencial de ser vanguarda na criação do conhecimento por parte dos mestres. Existe um claro conflito de gerações dentro da sala de aula, local que se transformou completamente nos últimos anos. De giz, quadro negro e livros, a sala de aula hoje é um espaço em que equipamentos e técnicas de ensino diversas devem coexistir com métodos que extrapolam os limites físicos desta. E a atual geração de professores, sob meu ponto de vista, está um passo atrás no domínio de ambas ao não conseguir concatenar a técnologia à ação e necessidade cotidiana das pessoas. E, por conta disso, o conflito entre gerações muitas vezes descamba para o confronto verbal ou físico, entre professores e alunos criando situações aparentemente incontornáveis como o "buling". E não há preparo e nem disposição de ser enfrentado pela catagoria dos educadores pois é encarado, na maior parte das vezes, como "problema que vem da casa do aluno", ou é algo que veio "de fora da escola". Então a culpa, ou a responsabilidade "em educar", é somente dos pais. Errado. E este me parece ser o maior erro do professor atualmente: ele não se compromete com a educação do aluno para além da sala de aula, destacando as raríssimas exceções. Ele não se percebe como elemento complementar ou conflitivo à educação familiar. As drogas estão (a tempos) invadindo a escola? Chame a polícia. Os alunos são violentos? Conselhos tutelares. Buling? Sexualidade? Chame o pai/mãe e indique um psicólogo ou o padre/pastor. Nós aqui já fizemos nossa parte "falando" sobre o assunto e colando cartazes.
Citando um discurso que não é novo, a sala de aula sempre está além da escola. Estamos dando isto aos nossos alunos? Estamos dando o mundo e criando as utopias necessárias nesses garotos e garotas que dirigirão o mundo em nosso lugar? Estamos mostrando o Brasil, seus conflitos e possibilidades futuras à eles? As vezes, nós professores também somos pais. Nossa atuação na educação de nossos filhos é similar a que dispensamos aos nossos alunos(as)?
Acredito que este seja o momento para falarmos das necessidades da "função" professor, que depende menos de sua situação financeira e mais de uma vontade de ensinar, da arrogância de se considerar alguém apto e capaz de transmitir valores e conhecimento, de criar iniciativas mesmo sem preparação formal, de fomentar a ousadia e a afronta, de cultivar valores importantes à sociedade. Apresentar uma aula de qualidade não depende somente do valor estabelecido no contra-cheque.
Roberto
Prof. no  Ensino Médio - SC

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