quinta-feira, 18 de outubro de 2012

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O debate sobre a paternidade do avião
Enviado por luisnassif, qui, 18/10/2012 - 14:07
Por Frederick Montero

Comentário ao post "Santos-Dumont, Carlos Chagas e a oligarquia tupiniquim"

Na verdade, esta noção de "pai da aviação" já está caindo por terra entre os estudiosos do assunto. Assim como aconteceu com a fotografia que quase teve um pai franco-brasileiro, a aviação era uma tecnologia desenvolvida paralelamente em várias partes do mundo. Ocorre que na época havia dezenas de pessoas tentando criar uma máquina voadora mais pesada que o ar e estas pessoas trocavam ideias através de correspondências e revistas ligadas a clubes ou agremiações de inventores, como a Popular Science. Santos-Dummont acompanhava essas discussões no circuito de inventores, assim como os irmãos Wright. Aliás, um dos irmãos era menos um inventor do que uma espécie de relações públicas ou lobbista entre os grupos de inventores que trocavam informações entre si. Provavelmente, a primeira pessoa a voar com uma máquina mais pesada do que o ar foi Gustave Whitehead, um alemão que entre 1901 e 1902 voou várias vezes diante de testemunhas e teve até uma reportagem publicada em jornal sobre um dos seus feitos. Mas devido a um acordo fechado entre os irmãos Wright e o diretor do instituto Smithsonian, o Flyer (a máquina dos irmãos Wright) foi considerada a primeira aeronave da história, ignorando os feitos do alemão, que já havia morrido em 1927. O título de pai ou pais da aviação é mais uma questão política do que algo que traga relevância histórica e científica.

A verdade é que o Brasil nunca apoiou seus inventores e isso pode ser observado em inúmeros casos, como o de Hercules Florence, Landell de Moura, Santos-Dummont, Nélio José Nicolai, Andreias Pavel.

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