quinta-feira, 18 de outubro de 2012








































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O diagnóstico de Singer e o projeto do PT
Enviado por luisnassif, qui, 18/10/2012 - 07:44



Por Paulo Dias Filho

Comentário ao post "O Brasilianas.org especial com André Singer"

Excelente entrevista!! Muito boa mesmo.

O André Singer foi muito feliz ao diagnosticar o Lulismo também como uma agenda de longo prazo. Quer dizer, independente do partido que estiver no poder, o olhar para as demandas das classes mais baixas será obrigatório.

Numa palestra na USP, ele já havia traçado um paralelo do Lulismo com F.D. Roosevelt, nos EUA dos anos 30 e 40. A agenda do New Deal perdurou mesmo após a era Roosevelt.

Se o PT for esperto e perceber que mesmo tendo governos presidenciais bem sucedidos a fadiga de material será inevitável, poderá compor com outras alternativas de centro-esquerda, como o PSB, abrindo mão da cabeça-de-chapa, inclusive, a bem de um projeto maior de país. Essa tese já foi defendida aqui no blog por competentes comentaristas.

Também concordo com ele quando diz que a polarização PSDB X PT está cristalizada. O problema é que o circo midiático de escandalização da política procura colocar tudo no mesmo balaio, escamoteando as diferenças entre partidos, políticos e projetos. A exploração do Mensalão levou esse processo ao paroxismo.

É clara a diferença entre PT e PSDB. O PT, com todos os vícios partidários obrigatórios em um sistema político esclerosado, tem um corte social nítido. O PSDB não tem projeto. Pergunte a um tucano fanático o que o PSDB faria de diferente do que Lula fez e Dilma está fazendo. Não tem idéia.

Portanto, o PSDB é o partido dos incomodados com um novo Brasil que surge. E quem está mais incomodado nessa história toda? A classe-média, que entra governo, sai governo é a que menos se beneficia dos avanços do país.

A classe-média midiática é a idiota útil manipulada pela parcela dos incomodados que ocupa o Instituto Millenium.

Essa classe-média, influenciada pela grande-mídia, adotou uma visão política extremamente purista, ingênua, (falso) moralista e cínica. Execra o PT, ao mesmo tempo que dá de ombros aos malfeitos tucanos.

Para esse estrato social, o político ideal é o tecnocrata com pretenso preparo técnico, vestido em um belo terno alinhado e com cara de bom moço. Por isso, em São Paulo, FHC e Alckimin fazem tanto sucesso. É muito mais uma questão de estética do que de conteúdo. Não precisa ser, basta parecer.

Exceção é o Serra, que de tão antipático consegue angariar asco mesmo entre anti-petistas convictos.

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